8.8.14
Estou me achando. A-chan-do. Fiz bouef borguignon!!! E ficou bom! :)
Mas devo confessar. Ele me aterrorizava. Principalmente depois que assisti ao filme Julie & Julia.
Ele conta história de Julia Child, uma grande cozinheira americana, que introduziu a culinária francesa nos Estados Unidos, e de Julie, uma jovem americana de classe média que decide testar todas as receitas do livro de Julia em um ano.
A receita de alguma forma marca a vida das duas cozinheiras. No caso de Julia, porque é o boeuf que conquista uma editora e garante a publicação de seu primeiro livro de culinária, Mastering the Art of French Cooking. Já Julie prepara essa receita para receber uma jornalista que vai entrevistá-la sobre sua empreitada.
Só sei que o tal prato é lindo, cheiroso, saboroso. Muito. Mal dei a última garfada e já comecei a sonhar com o dia que vou prepará-lo de novo.
Não vou mentir. Dá trabalho. Não porque seja ultracomplexo. Na verdade, são muitas etapas. E é preciso tempo e disposição para fazê-lo. Mas garanto que vale cada segundo investido.
Boeuf borguignon
Ingredientes
1kg de alcatra (cortada em cubos de 5 cms)
1/2 litro de vinho tinto
1 cenoura em cubos
2 talos de salsão em cubos
1 cebola em cubos
2 litros de caldo de carne
120g de bacon em cubinhos
200g de cogumelos Paris fatiados
30g de farinha de trigo
2 dentes de alho
Manteiga
10 cebolas pérola (aquelas pequenas)
Açúcar
Sal a gosto
Pimenta do reino a gosto
Modo de preparo
A primeira coisa que eu sugiro que você faça é o caldo de carne. Quer dizer, se você decidir fazer seu próprio caldo. Como ele precisa de muitas horas no fogo, é bom fazê-lo antes. E pode congelar! Que aí, na hora do preparo, é só esquentar! Mas se você definitivamente não tem pique para essa tarefa, use aqueles tabletes prontos dissolvidos em água fervente. Não é a mesma coisa do caldo feito em casa. Mesmo (mas eu te entendo).
Bom, depois vem o preparo da carne. Coloque-a em um recipiente com o vinho, a cenoura, o salsão e a cebola. Cubra e deixe na geladeira por 12 horas.
Depois desse tempo, separe os cubos de carne e seque-os, um a um, com papel toalha. Coe o caldo que sobrou (você vai usar o vinho para cozinhar a carne). As verduras podem ser colocadas no seu caldo de carne para apurar o sabor.
Em uma panela grande, de fundo largo, frite primeiro o bacon. Assim que estiver pronto, retire da panela e reserve.
Você vai usar o óleo que sobrou do bacon para selar a carne. A selagem ajudar a manter os líquidos "presos" na carne - assim ela se mantém macia, mesmo após o cozimento. Coloque pequenas quantidades de carne na panela e refogue. A ideia é colocar, deixá-la dourar de um lado, virar e deixar dourar do outro - sem ficar mexendo. Ah, e se você colocar tudo de uma vez, elas vão soltar líquido e cozinhar. Você, definitivamente, não quer que isso aconteça.
Depois de selar tudo, devolva toda a carne para a panela e acrescente a farinha de trigo. Misture bem e então acrescente o vinho. A partir daí, a carne vai começar a cozinhar - e tudo o que você tem que fazer é garantir que haja sempre líquido na panela. Assim que o vinho estiver secando, por exemplo, coloque duas conchas do caldo de carne. E continue colocando mais caldo toda vez que a panela estiver perto de ficar seca. Também é legal dar sempre uma mexida, para que a farinha não grude no fundo da panela e queime. Ao todo, a carne fica entre duas e três horas cozinhando.
Aproveite enquanto a carne cozinha para preparar o cogumelo e a cebola. Em uma panela, junte o alho picado (ou socado), um pouco de manteiga e o cogumelo. Assim que ele der uma amaciada, desligue o fogo e reserve.
Em outra panela, coloque as cebolas descascadas, um pouco de água (o suficiente para chegar à metade da altura das cebolas, sem cobri-las), uma colher de sopa de manteiga e 1/2 colher de sopa de açúcar cristal. Deixe ferver. Aos poucos, a água vai secando. A cebola vai ficar cozida. No fim, o açúcar vai ajudar a dar uma caramelizada nelas. É isso o que você quer mesmo. Reserve.
Quando a carne estiver cozida (pode espetar um pedaço e provar, sem medo!), acrescente o bacon, o cogumelo e as cebolas e cozinhe por uns cinco minutos. Acerte o sal e coloque pimenta a gosto.
Voilà!
Eu servi com arroz branco feito na hora, farofa de cebola e uma salada básica!
Mas devo confessar. Ele me aterrorizava. Principalmente depois que assisti ao filme Julie & Julia.
Ele conta história de Julia Child, uma grande cozinheira americana, que introduziu a culinária francesa nos Estados Unidos, e de Julie, uma jovem americana de classe média que decide testar todas as receitas do livro de Julia em um ano.
A receita de alguma forma marca a vida das duas cozinheiras. No caso de Julia, porque é o boeuf que conquista uma editora e garante a publicação de seu primeiro livro de culinária, Mastering the Art of French Cooking. Já Julie prepara essa receita para receber uma jornalista que vai entrevistá-la sobre sua empreitada.
Só sei que o tal prato é lindo, cheiroso, saboroso. Muito. Mal dei a última garfada e já comecei a sonhar com o dia que vou prepará-lo de novo.
Não vou mentir. Dá trabalho. Não porque seja ultracomplexo. Na verdade, são muitas etapas. E é preciso tempo e disposição para fazê-lo. Mas garanto que vale cada segundo investido.
Boeuf borguignon
Ingredientes
1kg de alcatra (cortada em cubos de 5 cms)
1/2 litro de vinho tinto
1 cenoura em cubos
2 talos de salsão em cubos
1 cebola em cubos
2 litros de caldo de carne
120g de bacon em cubinhos
200g de cogumelos Paris fatiados
30g de farinha de trigo
2 dentes de alho
Manteiga
10 cebolas pérola (aquelas pequenas)
Açúcar
Sal a gosto
Pimenta do reino a gosto
Modo de preparo
A primeira coisa que eu sugiro que você faça é o caldo de carne. Quer dizer, se você decidir fazer seu próprio caldo. Como ele precisa de muitas horas no fogo, é bom fazê-lo antes. E pode congelar! Que aí, na hora do preparo, é só esquentar! Mas se você definitivamente não tem pique para essa tarefa, use aqueles tabletes prontos dissolvidos em água fervente. Não é a mesma coisa do caldo feito em casa. Mesmo (mas eu te entendo).
Bom, depois vem o preparo da carne. Coloque-a em um recipiente com o vinho, a cenoura, o salsão e a cebola. Cubra e deixe na geladeira por 12 horas.
Depois desse tempo, separe os cubos de carne e seque-os, um a um, com papel toalha. Coe o caldo que sobrou (você vai usar o vinho para cozinhar a carne). As verduras podem ser colocadas no seu caldo de carne para apurar o sabor.
Em uma panela grande, de fundo largo, frite primeiro o bacon. Assim que estiver pronto, retire da panela e reserve.
Você vai usar o óleo que sobrou do bacon para selar a carne. A selagem ajudar a manter os líquidos "presos" na carne - assim ela se mantém macia, mesmo após o cozimento. Coloque pequenas quantidades de carne na panela e refogue. A ideia é colocar, deixá-la dourar de um lado, virar e deixar dourar do outro - sem ficar mexendo. Ah, e se você colocar tudo de uma vez, elas vão soltar líquido e cozinhar. Você, definitivamente, não quer que isso aconteça.
Depois de selar tudo, devolva toda a carne para a panela e acrescente a farinha de trigo. Misture bem e então acrescente o vinho. A partir daí, a carne vai começar a cozinhar - e tudo o que você tem que fazer é garantir que haja sempre líquido na panela. Assim que o vinho estiver secando, por exemplo, coloque duas conchas do caldo de carne. E continue colocando mais caldo toda vez que a panela estiver perto de ficar seca. Também é legal dar sempre uma mexida, para que a farinha não grude no fundo da panela e queime. Ao todo, a carne fica entre duas e três horas cozinhando.
Aproveite enquanto a carne cozinha para preparar o cogumelo e a cebola. Em uma panela, junte o alho picado (ou socado), um pouco de manteiga e o cogumelo. Assim que ele der uma amaciada, desligue o fogo e reserve.
Em outra panela, coloque as cebolas descascadas, um pouco de água (o suficiente para chegar à metade da altura das cebolas, sem cobri-las), uma colher de sopa de manteiga e 1/2 colher de sopa de açúcar cristal. Deixe ferver. Aos poucos, a água vai secando. A cebola vai ficar cozida. No fim, o açúcar vai ajudar a dar uma caramelizada nelas. É isso o que você quer mesmo. Reserve.
Quando a carne estiver cozida (pode espetar um pedaço e provar, sem medo!), acrescente o bacon, o cogumelo e as cebolas e cozinhe por uns cinco minutos. Acerte o sal e coloque pimenta a gosto.
Voilà!
Eu servi com arroz branco feito na hora, farofa de cebola e uma salada básica!
4.8.14
Elas são práticas. Simples. Só dependem de um pedaço de pão, um dente de alho e alguma coisa para colocar por cima.
Também sabem ser complexas, chiques e finas. Mas, no meu momento atual, fico com a praticidade. A receita é da Ju (já conhecida aqui no blog).
Espero que gostem!
Bruschetas de tomate e berinjela
Ingredientes
1 pão italiano médio (rende dez fatias)
2 dentes de alho descascados
3 tomates médios e maduros, sem sementes, cortados em cubos
Folhas de manjericão
Azeite
Sal a gosto
2 berinjelas médias em cubinhos
1 pimentão amarelo grande em cubinhos
2 a 3 tomates sem sementes em cubinhos
2 cebolas pequenas em cubinhos
Azeitona preta a gosto picada
Nozes a gosto picadas
Uva passa preta a gosto
1 colher (chá) de sal
Vinagre de arroz ou maçã
Azeite
Modo de preparo
Prepare a base da bruscheta. Corte o pão na diagonal, fazendo fatias com dois cms de espessura. Despreze as pontas. Coloque as fatias em uma assadeira e leve ao forno pré-aquecido a 180oC por três a quatro minutos - até que, apertando um pouco com o dedo, você sinta as fatias firmes e ásperas na superfície, mas macias no meio. Retire a assadeira do forno e raspe o alho na superfície das fatias de pão.
Para o tomate, misture-o com o manjericão. Tempere com sal a gosto e regue com azeite. Tampe e deixe descansar por 1 hora. Lembre-se de desprezar o caldo que fica no fundo da vasilha.
Para a conserva de berinjela (caponata), misture todos os ingredientes e coloque-os em uma assadeira. Em um copo de 200 ml, junte 1/2 de azeite, 1/4 de água, 1/4 de vinagre e o sal. Mexa e distribua sobre os ingredientes da assadeira. Cubra-a com papel alumínio e leve ao forno a 180oC durante uma hora e meia. Na metade do tempo, mexa a conserva para que ela asse por igual. Retire do forno, deixe esfriar bem e mantenha na geladeira. Ela fica mais saborosa no dia seguinte.
Por último, é só colocar a mistura de tomates e a berinjela por cima dos pães e levar novamente ao forno por cinco minutos, só para aquecer.
Também sabem ser complexas, chiques e finas. Mas, no meu momento atual, fico com a praticidade. A receita é da Ju (já conhecida aqui no blog).
Espero que gostem!
Bruschetas de tomate e berinjela
Ingredientes
1 pão italiano médio (rende dez fatias)
2 dentes de alho descascados
3 tomates médios e maduros, sem sementes, cortados em cubos
Folhas de manjericão
Azeite
Sal a gosto
2 berinjelas médias em cubinhos
1 pimentão amarelo grande em cubinhos
2 a 3 tomates sem sementes em cubinhos
2 cebolas pequenas em cubinhos
Azeitona preta a gosto picada
Nozes a gosto picadas
Uva passa preta a gosto
1 colher (chá) de sal
Vinagre de arroz ou maçã
Azeite
Modo de preparo
Prepare a base da bruscheta. Corte o pão na diagonal, fazendo fatias com dois cms de espessura. Despreze as pontas. Coloque as fatias em uma assadeira e leve ao forno pré-aquecido a 180oC por três a quatro minutos - até que, apertando um pouco com o dedo, você sinta as fatias firmes e ásperas na superfície, mas macias no meio. Retire a assadeira do forno e raspe o alho na superfície das fatias de pão.
Para o tomate, misture-o com o manjericão. Tempere com sal a gosto e regue com azeite. Tampe e deixe descansar por 1 hora. Lembre-se de desprezar o caldo que fica no fundo da vasilha.
Para a conserva de berinjela (caponata), misture todos os ingredientes e coloque-os em uma assadeira. Em um copo de 200 ml, junte 1/2 de azeite, 1/4 de água, 1/4 de vinagre e o sal. Mexa e distribua sobre os ingredientes da assadeira. Cubra-a com papel alumínio e leve ao forno a 180oC durante uma hora e meia. Na metade do tempo, mexa a conserva para que ela asse por igual. Retire do forno, deixe esfriar bem e mantenha na geladeira. Ela fica mais saborosa no dia seguinte.
Por último, é só colocar a mistura de tomates e a berinjela por cima dos pães e levar novamente ao forno por cinco minutos, só para aquecer.
2.8.14
Há pouco mais de um ano, nascia o Minha Atual Obsessão. A ideia era (ainda é) falar sobre tudo aquilo que me apaixona – ao contrário do Perdeu, Playboy, voltado exclusivamente para relacionamentos e para a interação homem-mulher (aliás, um tema que também me apaixona – e me intriga. Muito).
Apesar das viagens serem uma grande obsessão, quem me acompanha sabe que gasto a maior parte dos meus posts para falar sobre comida.
Acho que é fácil entender. Afinal, viagem a gente faz duas, três por ANO. Comer? No meu caso, ao menos seis vezes por DIA! Como não ser absoluta e incrivelmente obcecada?
Pensando nisso, meu pai veio com uma sugestão. Que tal criar uma seção experimental no blog para falar de um tipo diferente de gastronomia, que usa ingredientes produzidos nas redondezas de Brasília; em muitos casos, plantas nativas do Cerrado?
Como bem disse meu pai, “com esta iniciativa, não pretendo combater, confrontar ou negar tantas alternativas de abordagem da gastronomia e da alimentação que o blog continuará a veicular. Busco oferecer uma via de interação com o ambiente que nos cerca, que podemos e queremos valorizar”.
Bonito, né?!
Ainda nas palavras dele, essa “união da produção e alimentação por meio da gastronomia com ingredientes provenientes do Cerrado do Distrito Federal é, ainda, um exercício fugaz – a oferta de ingredientes é tipicamente sazonal – e limitado – além de grande parte da cobertura vegetal original de nossas terras ter sido removida e substituída por pastagens e plantios de grãos, poucos agricultores se dedicam a preservar suas fitofisionomias”.
Para nós, o bacana é curtir essa possibilidade de preparar, comer e descobrir – ou redescobrir – alimentos que não fazem parte de nosso cotidiano. Como se trata de algo experimental, estamos abertos a interações, sugestões e revisões.
Para que essa nova coluna do blog funcione adequadamente, contarei com o apoio e a participação de Maria Nazaré (minha mãe), gastrônoma, que supervisionará o preparo dos alimentos e a elaboração de receitas; e de Mauro Márcio (meu pai), agrônomo, que fornecerá os ingredientes e dará as informações ilustrativas que acompanham cada uma das postagens.
Os ingredientes provêm da Fazendinha Arvoredo, localizada no Núcleo Rural de Tabatinga, Planaltina-DF, onde está em curso um projeto de restauração da vegetação nativa do Cerrado.
Para dar uma ideia da interação da gastronomia com o projeto de restauração, dentre as 270 plantas do Cerrado identificadas na Fazendinha Arvoredo, há 45 espécies com potencial gastronômico. Dentre elas, cito algumas:
Araçá (Psidium firmum): fruto comestível
Araticum (Annona crassiflora): fruto comestível, doces, geleias, sucos, licores, tortas, iogurtes, sorvetes
Baru (Dipteryx alata): amêndoa comestível (natural ou torrada), pé-de-moleque e paçoca
Cagaita (Eugenia dysenterica): fruto comestível, doces, geleias, sorvetes e sucos
Jatobá (Hymenaea stigonocarpa): fruto comestível, mingau, pães, bolos e biscoitos
Pequi (Caryocar brasiliense): fruto comestível, óleo
Xodó ou Macaúba (Acrocomia aculeata): palmito, fécula, seiva, polpa do coco, óleo da amêndoa
Espero que vocês curtam a nova coluna tanto quanto nós!
Fontes:
Dos nomes científicos: Santos, F. F. de M. Fragmentos dos Certões no Cerrado do Distrito Federal. Relatório da Flora Fanerogâmica Cerradícola da Fazendinha Arvoredo. Planaltina, Núcleo Rural de Tabatinga, 2014. v. 2. 34 p. Série Mehr Shatten!
Dos usos gastronômicos: Almeida, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. 464 p.
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