O lado imperdível do DF

28.7.13

O mundo é mesmo incrível. Tão grande e, ainda assim, nenhum lugar é igual a outro. Como pode? É coisa de Deus mesmo. Cada cantinho tem um jeito diferente, uma especificidade, algo que nos chama a atenção (para o bem ou para o mal, é bem verdade. Afinal, também existe afinidade quando o assunto é destino turístico).

Eu tenho a sorte de ter podido conhecer alguns locais bem especiais. Um luxo, em grande parte, proporcionado pelos meus pais, sempre muito generosos. Mais recentemente, rodo o mundo graças ao meu trabalho, ao meu esforço. É um prêmio que me dou, por bom comportamento (rs). Seja como for, sempre valorizei muito cada viagem. Cada oportunidade. Cada novidade. Cada surpresa.

Não foi diferente com a Cidade do México. Quer dizer, foi. Foi bem diferente. Quem leu meu último texto sabe do que estou falando. O México nunca vai ser igual a nenhum outro destino para mim. Foi, definitivamente, o mais sonhado. E, estranhamente, o sonho turístico que mais demorei a concretizar.

A viagem foi maravilhosa. Maravilhosa. Mas teve um lado negativo.

Bem, negativo talvez seja uma expressão muito forte. Mas vocês me entendem. E a culpa por isso pode ser minha. Antes de ir, ouvi de muita gente: “ó, não fique só na capital. Há cidades menores imprescindíveis. Imprescindíveis!”. Ainda assim, eu insisti. É que, com uma semana apenas, não queria ficar que nem louca, correndo de cidade em cidade, sem tempo para respirar e viver um local de cada vez, com paciência. Nunca fui de chegar, bater foto em ponto turístico e dar o local por conhecido.

Enfim, com a visita à Cidade do México apenas acabei sentindo que faltou conhecer o México dos meus sonhos. Aquele México que está por trás da cidade grande e cinza, do trabalho, da rotina, das obrigações. Aquele México da fé. O México que é colorido, apesar da miséria e da violência. O México que celebra a morte. O México que cultua caveiras e Catrinas. O México graças-a-Deus-que-sou-mexicano.

Eu já tinha sentido isso quando fui a Cancún. Aquele lugar é paradisíaco! Meu Deus, que praias! Que céu! Que mar! Mas, para mim, estar em Cancún não é estar no México. Aquilo não passa de uma reprodução barata do que os norte-americanos esperam de uma cidade de praia. Uma praia bonita, mas pasteurizada. Sem conteúdo. Sem brilho. Sem personalidade (a não ser pelos mariachis lindos do hotel e por uma comidinha mexicana deliciosa encontrada quase que por acaso, né Julinha?).

Vai ver que a minha ligação com o México vai funcionar na base daquela máxima: the third time's a charm. :)

Mas vamos ao que interessa. A Cidade do México não me mostrou tudo o que esperava do México, mas ela me surpreendeu em vários momentos. E até me fez chorar. De pura emoção.

(Pilar na entrada do Museu Nacional de Antropologia)

Imperdível. Imprescindível. Necessário. Assim é o Museu Nacional de Antropologia. Parece inacreditável um museu ser tudo isso. Mas não é. Não nesse caso. Todo e qualquer elogio é pouco. Ele é muito especial. Dos mais especiais que já visitei. Recheado de tesouros. De deixar qualquer um de boca aberta diante de tanta relíquia. Não só parada obrigatória. Primeira parada. Conhecer o Museu vai ajudá-lo a entender muito da história dos mexicanos. Se não puder percorrê-lo por inteiro, visite ao menos as salas Mexica e Teotihuacán. Ulalá! E, se bater a fome depois de torrar tanto neurônio, vá correndo ao restaurante do Museu. Bem gostoso! Tomei café da manhã por lá e fiquei apaixonada pelo chocolate quente deles!

(Réplica do cocar de penas de Quetzal que Montezuma 2º deu a Cortés)

Sem palavras. Assim fiquei ao visitar a Casa Azul. Não sei se você conhece alguma coisa da pintora Frida Kahlo, mas, mesmo para quem mal ouviu falar dela, a casa onde morou com os pais e depois com o marido, o excelente pintor Diego Rivera, é um ponto turístico a parte. O local só não tem mais personalidade que a própria Frida. Foi de arrepiar estar ali, lar de uma mulher tão incrível, talentosa, forte e que, ao mesmo tempo, apanhou tanto da vida (Ju Hada, como lembrei de você nessa hora!). Chorei. Não uma, mas duas vezes. A primeira, ao visitar o quarto de Magdalena Carmen Frida Kahlo Calderón, minha musa inspiradora (bastou olhar, na parede, esta frase dela: "Jamás en toda la vida, olvidaré tu presencia. Me acogiste destrozada y me devolviste integra, entera"). A segunda, ao conhecer seu jardim, um lugar com presença e cheio da mais pura paz. Pode ser que a experiência de visitar o hoje Museu Frida Kahlo tenha sido mais especial para mim do que para outras pessoas, uma vez que sou fridaholic e que já li várias das biografias da pintora mexicana mais incrível de todos os tempos. Mas, se eu fosse você, passava por lá. Sério. Aproveite e conheça o bairro Coyoacán, onde fica a casa. Antigamente uma cidade colonial, foi engolida pelo DF, mas ainda transborda charme.

(Jardim da Casa Azul)

É claro que no pacote dos imperdíveis tinha que entrar uma pirâmide. Afinal, o que seria do México sem as ruínas? Por isso, coloque no seu roteiro uma visita a Teotihuacán, fundado por volta de 100 a.C. São três (não uma) pirâmides imponentes. Prepare o tênis, o protetor solar e as coxas. Haja malhação para subir cada uma delas. Mas pode ter certeza de que, ao chegar ao topo, você nem vai se lembrar da trabalheira que deu. E prepare a máquina. Óbvio. Se você crê em alguma coisa, aproveite a chegada ao pico da(s) pirâmide(s) para ajoelhar, dançar, dar saltinhos, levantar as mãos ao céu ou seja lá o que você costuma fazer para entrar em contato com o seu deus.

(Pirâmide do Sol)

*Ah, os posts sobre a Cidade do México não terminam por aqui. Ainda vou falar sobre os lugares 'muito bons' e as 'furadas' do DF!

Serviço:

Museu Nacional de Antropologia
Aberto: 3ª a domingo
Horário: 9h a 19h
Custo: 57 pesos
Como chegar: metrô Auditorio ou Chapultepec

Museu Frida Kahlo/Casa Azul
Aberto: 3ª a domingo
Horário: 10h a 17h45 (na quarta, abre mais tarde, às 11h)
Custo: 80 pesos (mais 60, se for tirar fotos)
Como chegar: metrô Coyoacán

Teotihuacán
Aberto: todos os dias
Horário: 7h a 17h
Custo: 57 pesos
Como chegar: dá para ir de excursão (+- 550 pesos). Para os mais aventureiros (também conhecidos como pobres e murrinhas, tipo eu e a Tati), desça na estação de metrô Indios Verdes (3 pesos), saia na escada de letra J e, já do lado de fora, na rua, pegue um ônibus para as pirâmides (40 pesos).

4 comentários:

  1. Ah, Mari, me leva para o México??? Mas quero ir com você! Que delícia essas dicas. De todas, queria muito a Casa Azul! Também gosto muito de Frida!

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    1. Demorou, irmã! Vamos marcar de ir no Dia dos Mortos, para vermos o lado lindo e exótico desse país tão especial! :)

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  2. Adorei as dicas! Já vou salvar pra quando chegar a minha vez!

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