Tres Leches

23.2.14











(Foto da internet! Não é propaganda enganosa)

Tenho quase certeza de que fui mexicana em alguma reencarnação. Adoro o país. As cores. Os cheiros. A felicidade pulsante. A Frida Kahlo. E a comida. Óbvio.

Nem toda comida mexicana (pra valer) me agradou. É verdade. Fiz cara feia pra muita coisa. Muita fritura. E muita carne estranha. E vi que é tudo bem mais apimentado e cheio de feijão do que imaginamos (pelo menos, em comparação ao que temos de mexicano no Brasil).

Ainda assim, o México mora no meu coração (isso também se aplica à comida deles).

Ontem, pude participar (ativamente, diga-se de passagem) de um evento mexicano. Mexicaníssimo.

O aniversariante nasceu lá. E a festa toda foi temática. Teve guacamole, pico de gallo, chilli e até mole poblano (e bigodón, para os mais animados). E foi então que me empolguei e resolvi fazer uma sobremesa bem mexicana pra acompanhar.

Espero que gostem!

É doce, cremosa e mexe com todos os pontos do céu da boca e da língua!

Tres Leches

Ingredientes
Massa
4 ovos
120 g de açúcar refinado
120 g de farinha de trigo
Essência de baunilha

Calda
1 lata de leite condensado
A mesma medida de creme de leite fresco
A mesma medida de leite evaporado (reduzir 1 litro de leite até chegar a 1/3)

Merengue suíço
4 claras
250 g de açúcar refinado
Raspas de limão

Modo de preparo

Bata na batedeira o açúcar, os ovos (um a um) e acrescente a essência de baunilha. Quando a massa estiver bem cremosa, junte a farinha de trigo peneirada. Coloque em uma forma untada e levar ao forno pré-aquecido a 188o C.


Para a calda, junte os três ingredientes. Faça furinhos no bolo ainda quente e despeje o líquido por cima. Cubra o bolo umedecido com papel filme e leve à geladeira durante uma noite.


No dia seguinte, faça o merengue. Misture as claras com o açúcar e coloque em banho-maria para dissolver os cristais do açúcar. Só não deixe as claras cozinharem. Leve ainda quente à batedeira e deixe formar picos. Acrescente as raspas de limão e siga batendo até o ponto de letra (quando suspender o gancho, parte do merengue fica grudado nele). Espalhe o merengue sobre o bolo com a ajuda de colheres ou com o auxílio de um bico de confeiteiro. Se quiser, queime com o maçarico. Eu coloquei coco ralado queimado pra dar aquele tchan.

Bolo da vó

12.2.14

É sempre bom lembrar: nem todo mundo sabe cozinhar.Tem gente que mal frita um ovo. O que não é um problema, obviamente, já que tem muita oferta de comida pronta por aí (o que não quer dizer que tem muita oferta de comida BOA. Mas isso é assunto pra outro post)!

Mas verdade seja dita. Até quem sabe cozinhar, comete deslizes. Imagina então quem se aventura raramente na missão? Por isso, sempre que vejo dicas por aí, interesso-me em lê-las (é um hobby egoísta, admito. Sou uma pateta na cozinha e as dicas me ajudam muito). Com o blog, agora posso compartilhá-las!

E acho que a primeira e mais importante dica na cozinha (pelo menos, a que eu gostaria de ter recebido no início) é de como fazer um bom bolo, daqueles que lembram os que nossas avós faziam. Simples e deliciosos. Sempre no ponto certo. Sempre com aquela textura macia. Coisa de vó.

Agora, você também pode fazer um bolo assim em casa. Mas já adianto. Você vai viciar - e não vai mais sair da cozinha. Nem que seja "só" para assar um bolinho. As dicas são da Folha!

Curta muito seu primeiro (de muitos) bolo da vó!

Pão de couve

11.2.14

Aposto que tem muita gente fazendo cara feia para o título. Eu sei. Couve não é exatamente o ingrediente mais saboroso do mundo (a não ser aquela refogada no alho, acompanhada de uma boa feijoada). Muito menos no pão. Pra gente, pão combina com queijo, com ervas, com calabresa, mas não com couve. É por isso que, desta vez, fiz questão de começar pela foto.


Aí, então, você vai entender por que a couve rende um pão. Na verdade, é bem possível (principalmente, depois de provar a receita) que você se convença de que a couve nasceu para alegrar a vida dos (pobres mortais) pães!


Sabia. Você se convenceu. Meu trabalho aqui está terminado. Quer dizer, só falta a receita (que eu tirei daqui).

Voilà!

Pão de couve

Ingredientes
2 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo (o original sugere o trigo-vermelho ou espelta, mas eu nunca vi à venda por aqui)
2 colheres (chá) de bicarbonato de sódio
Uma pitada de sal
Uma pitada de pimenta do reino
2 xícaras (chá) de couve picadinha (o original pede couve-galega. Se achar me diz onde vende?)
1/2 xícara (chá) de salsa picada
1/4 xícara (chá) de hortelã picada
1/4 xícara (chá) de dill/endro picado
150 g de queijo feta ralado (usei queijo de cabra mesmo)
1 xícara (chá) de iogurte grego
1/2 xícara (chá) de azeite
2 ovos
Queijo pecorino para gratinar

Modo de preparo

Pré-aqueça o forno a 180oC. Unte a forma (eu usei uma forma de bolo inglês e outra redonda pequena, de furo no meio). Na batedeira (com o gancho para pão), coloque a farinha, o bicarbonato, o sal, a pimenta, as ervas e o queijo feta. Em um bowl, misture o iogurte, o azeite e os ovos. Acrescente os líquidos à mistura seca. Bata até incorporar bem (também dá para fazer na mão, sem a batedeira). Coloque na forma e jogue o queijo por cima (para gratinar). Asse por 45 minutos ou até que a parte de cima e as laterais estejam coradinhas. Deixe esfriar por cinco minutos e então desenforme.

Dica: com relação às ervas, não há medida exata. Coloque o quanto quiser e escolha suas preferidas. Fica legal também colocar 1/2 xícara (chá) de queijo pecorino (ou parmesão) na massa!

Geleia de tomate

6.2.14

É verdade. Ela não é nem um pouco tradicional. Onde já se viu geleia de tomate?

Tudo bem que, para grande parte do mundo, o tomate é fruta. Assim, faz sentido virar geleia. No Brasil é que temos essa mania de tomate como verdura, na salada. :)

Devo confessar que a gente manda muito bem! Como ele fica bom na salada!!! Mas a geleia é interessantíssima. E exige mais tempo no fogo do que exatamente dons culinários apurados! Que tal dar uma chance a ela?

Então, colheres de pau a postos! Já!

Geleia de tomate

Ingredientes
4 kgs de tomate
800 g de açúcar
Suco de 1 limão grande
Duas pitadas de sal

Modo de preparo

Lave os tomates e faça um corte, em cruz, na bundinha deles. É para facilitar o processo de tirar a pele. Encha uma panela grande com água e deixe ferver. Coloque os tomates na água fervente por 1 a 2 minutos. Retire do fogo e coloque imediatamente em um bowl com água gelada (e gelo). O choque térmico facilita a retirada da pele. Depois, pique-os em cubos médios e reserve. Misture o limão, o sal e um pouco do açúcar no tomate. Vá misturando com uma colher e adicione o restante do açúcar aos poucos. Depois de tudo misturado, coloque em uma panela grande, em fogo alto, e deixe levantar fervura.


Aí, baixe a chama para médio e mexa de vez em quando. Segundo a receita original, o processo de cozimento demorou 40 minutos. Comigo, foram duas horas (ao todo).


Quando a geleia começar a reduzir bem, baixe o fogo e mexa com mais frequência para não queimar.


Aí, é só deixar esfriar um pouco e guardar em potinhos de vidro.

Homus tahine e muitas lágrimas

1.2.14

Era para ser um post curto sobre uma receita rápida e prática. Mas, graças ao Félix, virou outra coisa (não se preocupe. Vai ter receita!).

Sei lá. Tudo bem que novela é previsível, todos sabemos como elas terminam, mas não esperava por um personagem como ele. Ele me arrebatou. Por completo. Pela movimentação do Facebook, tenho certeza de que não fui a única.

É tão inspirador ver que as pessoas podem mudar. Que podem recomeçar. Que, com decisão e muita força de vontade, é verdade, podem transformar o negativo em positivo. Há sempre uma saída. O mundo dá voltas. E mesmo depois de decepções, medos, traições, ainda podemos virar tudo do avesso e ser feliz. Perdoar. Amar. Sonhar.

Hoje (e para sempre) quero acreditar nessa mensagem. Quero acreditar que o caminho pode ser refeito. Ou que haverá, em cada caminho, uma saída, um retorno. Só para o caso de mudarmos de ideia. Que não há prazo, dia ou hora para ser feliz. Que não há regras. Normas. Fórmulas. E que não há nada mais potente, puro e mágico do que o amor.

Desde pequenos, somos levados a acreditar que as coisas devem acontecer de determinada forma, num momento certo, seguindo X etapas. Que só seremos amados, respeitados ou queridos se formos isso ou aquilo. Se nos comportarmos assim ou assado. Creche, colégio, faculdade, trabalho, concurso. Primeiro beijo, pegações, namoro, casamento. Financiamento, quitinete, apartamento, casa. Filho. Mais um. E (quem sabe?) outro. Viagem para Pirenópolis, Praia do Forte, Miami, Paris.

Porque é preciso sonhar alto. Conquistar. Mas sem enfiar os pés pelas mãos, pois isso é muito feio. Não erre. Seja esperto. Não reclame. E nunca perca o sorriso no rosto. Quem quer conviver com gente deprê? Ou com fracassados? Com quem é diferente?

Pois, inspirada pela revolução do Félix, torço para que você possa sempre voltar atrás e reconsiderar. Que escolha um caminho e, se mudar de ideia, possa percorrer outro curso totalmente diferente. Que ame e perdoe. Que cante e dance. Que brigue e sorria. Que comemore e se arrependa.

Mas que você viva. Cada minuto. Cada dia.

Do seu jeito.

(Tendo dito isso, juro que o homus é bom e não fez, pelo menos até hoje, ninguém chorar!)

Homus Tahine

Ingredientes
300g de grão-de-bico
2 colheres (sopa) de pasta de gergelim (tahine)
1 dente de alho
Suco de limão a gosto
Sal a gosto

Modo de preparo

Com relação ao grão-de-bico, há duas possibilidades: comprar pronto ou fazer do zero. Eu prefiro a primeira opção, pela praticidade. Normalmente, compro um que vem em uma caixinha de papelão. Acho ótimo! Mas, para quem preferir controlar todo o processo, é preciso deixar o grão-de-bico de molho de véspera. Troque a água e coloque para cozinhar na panela de pressão, coberto com água e um pouco de sal. Depois que der a pressão, deixe cozinhar por 20 minutos.

Bata no liquidificador (com casca e tudo) aos poucos junto com o restante dos ingredientes, usando um pouco do caldo do cozimento, o quanto seja necessário (usei água filtrada mesmo). Se preferir um sabor mais acentuado, use um pouco mais da pasta de gergelim.

Uma dica que a linda Juliana, autora da receita, me deu e que ficou mara foi trocar um pouco do tahine por óleo de gergelim! Achei que ficou mais leve! Ah, e o limão faz toda a diferença! Fica mais suave, rico e sem um gosto tão acentuado.

Enjoy!