Como em todo lugar, o DF também tem programas turísticos furados. Alguns furadérrimos. Mas como a gente só descobre depois de pagar a entrada... Já Elvis!
Caso queira economizar alguns pesos e usar seu tempo para outros programas, aproveite as dicas! Mas, lembre-se: meus comentários estão direta e absolutamente ligados ao meu jeito, aos meus gostos, à minha personalidade. Pode ser que você adore certas coisas que eu não curto. Aí, vale seguir a intuição!
Eu não entendo nada de arte. Nunca estudei o tema a fundo e também nunca tive curiosidade de aprender muito. Na verdade, tudo parece muito complexo. Apesar disso, sei admirar um quadro bonito. Ao menos, sou capaz de reconhecer que quem fez aquilo tinha técnica (no mínimo, fez algo que não sou capaz de fazer). Mas quando se trata de arte moderna... Não passa de conversa fiada. Sério. Caco de vidro aleatoriamente jogado no chão é arte? Uma bicicleta Caloi encostada em uma parede é arte? Um quarto pintado de vermelho? Ferro retorcido? Ah, para, né?! Ta aí uma coisa que me revolta profundamente! Pior ainda é a explicação da supostérrima arte. A pessoa junta um monte de palavras complicadas em uma mesma frase para a coisa parecer mais inatingível, evoluída. Mas não interessa. Vidro quebrado é vidro quebrado. E não a “desconstrução de uma existência amorfa que remonta a um paralelismo metafísico”. É por isso que passei apuros no Museu de Arte Moderna. Graças a Deus que lá estava o quadro Duas Fridas para salvar a tarde.
Não é que a Casa dos Azulejos não seja bonita. É um prédio interessante, do ponto de vista arquitetônico. Ainda mais por dentro. Pé direito alto. Escada imponente. Um mural do Orozco no primeiro andar. Mas, sério, não tem nada de mais. E a comida (hoje ela virou um restaurante, o Sanborn’s) é bem mais ou menos. Pule esse programa sem medo.
Todo mundo adora apreciar uma cidade vista de cima. A Torre Eiffel que o diga. Quer dizer, se a cidade for bonita. E se a vista valer a pena. Óbvio. Só subir e espiar uma cidade mais ou menos de uma janelinha mequetrefe, não vale. A Torre Latinoamericana não é de toda ruim. E a Cidade do México não é feia de tudo vista de cima. Mas não tem nada demais. E, como a torre é um dos programas turísticos mais caros da cidade (80 pesos), sugiro deixar de lado.
O Templo Mayor é um sítio arqueológico bem no centro da cidade, ao lado da Catedral. Um complexo sagrado entre muros no centro de Tenochtitlán (atual Cidade do México), do tempo dos astecas, destruído por Cortés. É um programa legal, interessante e, por isso, nem deveria figurar nesta lista de furadas. Eu só coloquei aqui porque, depois de visitar Teotihuacán, qualquer ruína vira fichinha. E, se você precisar escolher entre os dois, deixe o Templo de fora. Se for, aproveite o museu, ao final do tour. Minhas peças favoritas foram o monólito de Coyolxauhqui e a escultura de Chacmool.
O mesmo vale para o Antiguo Colegio San Ildefonso. O lugar é legal. Tem murais impressionantes dos mexicanos mais bombásticos. Mas, depois de conhecer o Palácio Bellas Artes, ele perde parte do charme. E vira dispensável.
Sonho de uma Tarde de Domingo na Alameda Central, de Diego Rivera, é uma obra-prima. Cada personagem que compõe o quadro foi colocado lá por um motivo. Tem pessoas famosas da época do artista mexicano. Bem legal. Mas quando fui ao Museu Mural Diego Rivera eu esperava um museu. Com obras de arte do mexicano. Para passar uma tarde toda me deleitando. Suspirando. Quando vi que era só um mural, brochei. Teria preferido uma visita a um museu dele de verdade, com mais obras para curtir (como o Museu Dolores Olmedo, que, infelizmente, estava fazendo a manutenção da parte dedicada a Diego e Frida)
Ouvir mariachis na Praça Garibaldi tem tudo para ser um programa divertido. Pessoalmente, adoro mariachis. E adoro a ideia de passar uma noite bebendo tequila e ouvindo aquelas músicas dor de cotovelo. Bem México. O problema é que não adianta só você estar na pilha. Seu companheiro tem que gostar muito do programa. E não foi o meu caso. Eu queria parar e ouvir cada bandinha de músicos, até pagar para que tocassem alguns hits para mim. Só que minha amiga achou aquilo tudo estranho. Não fazia questão de se aproximar dos músicos. Se recusou a pagar por música (e a deixar que eu pagasse). E fugiu o quanto pôde da tequila (tomou um microshot, forçada). Acabamos sentadas em um restaurante, acompanhadas de uma comida horrível e de um atendimento péssimo.
Em termos de comidas e lojas, entrei em muitas furadas. A primeira foi a Perfumes y Esencias Fraiche. Ao ler a dica, imaginei uma loja chique, que misturava fragrâncias na hora, compondo um cheiro único, só seu. Coisa diferenciada. High society. Me imaginei como uma artista que cria sua própria colônia. Mas, ao chegar à loja, o que vi foi um estabelecimento brega, com cheiros adocicados e perfumes a la filhos de Gandhy. Ninguém merece. A Dulcería de Celaya, com doces típicos mexicanos, é decadente, mal cuidada, com atendentes desmotivadas. Os doces são feios e têm cara de serem ruins. Acabei comprando dois para provar. Não eram fracassos totais, mas também não eram bons. Só que a loja me deixou deprimida. Já a Helados Siberia, em Coyoacán, tinha tudo para ser um achado. O local estava cheio. A decoração agradou. A variedade de sorvetes impressionou. Mas nunca comi um sorvete tão gorduroso e amanteigado em toda a minha vida!
Amiiiga, amo a sinceridade dos seus posts!! Até consigo te imaginar falando, sabia! Bjksss
ResponderExcluirRs! Isso é porque você me conhece muito bem, amiga! :) E já sabe como sou fazendo palhaçada! :)
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