Ufa. Está aí o último complemento do cordeiro marroquino. Desculpem-me pela demora, mas este fim de ano foi super corrido. Não me lembro de um Natal (e um pré-Natal) tão atolado!
Bom... voltando à salada! Ela é deliciosa. Com ou sem cordeiro.
Sei que também disse isso sobre a salada de abobrinha. Mas é a pura verdade. Juro. Dá para comer sozinha. Ou acompanhada por outras carnes. Ou até com peixe.
Uma ótima ideia é aproveitar a receita para o fim do ano, já que lentilha dá sorte (e de sorte a gente tá sempre precisando, né?!)!
Enjoy!
Salada de lentilha
Ingredientes
2 xícaras (chá) de lentilha
1 1/2 litro de água
1 1/2 xícara (chá) de nozes (ou 150g)
Molho
1/2 xícara (chá) de óleo
1/4 xícara (chá) de vinagre de vinho branco
2 colheres (chá) de açúcar
1 colher (sopa) de sal
1/2 colher (chá) de cominho
1/2 xícara (chá) de salsinha ou coentro fresco (somente as folhas)
1/2 xícara (chá) de hortelã fresca (somente as folhas)
Modo de preparo
Coloque a lentilha com a água em uma panela e leve ao fogo alto. Quando ferver, abaixe o fogo e deixe cozinhar por cerca de 15 minutos - o meu maravilhoso fogão exigiu mais do dobro do tempo (o importante é ficar macia, sem ficar molenga). Desligue o fogo e transfira a lentilha para uma peneira. Deixe a água escorrer bem.
Em uma tigela grande, misture os ingredientes do molho, exceto as ervas. Quando a lentilha estiver sequinha, ainda quente, misture bem.
Leve as nozes por 15 minutos ao forno pré-aquecido para que elas deem uma leve torrada. Elas ficam muito mais saborosas e crocantes. Ah, assim que tirar do forno, transfira para uma outra vasilha. Caso contrário, elas queimam!
Se for servir na sequência, misture as nozes e as ervas. Se quiser deixar à temperatura ambiente ou gelada, misture os ingredientes antes de servir. Conserve na geladeira se for servir mais de uma hora depois.
Esta salada fica ótima se servida com pedacinhos de bacon!
Um balanço realista
Eu sei que 2013 ainda não terminou. Falta pouco, mas ainda temos que nos aturar por mais alguns dias. Digo aturar porque nossa convivência não foi nada fácil. Em alguns momentos, foi intolerável.
Tudo bem. Não sou criança. Sei que os relacionamentos são feitos de altos e baixos. Todos relacionamentos. Mas os baixos foram muito baixos. Ou talvez os altos não tenham sido assim tão altos (com exceção de um pico do Everest, o nascimento da minha afilhada).
Eu sei. Nem todo ano é esplendoroso, incrível. Mas, cara, 2013 brincou com os meus sentimentos (ele nem acabou, mas eu decidi enterrá-lo antecipadamente).
Sabe aquele ano travado? Que não desenrola? Que não caga e nem sai da moita? Pois é. 2013 foi pior.
Energeticamente falando, pode ser que não seja bom fazer um balanço tão ruim como este. Mas sinto que esta é uma forma de pôr fim a tanta negatividade, uma forma de me livrar dessa uruca e adiantar, ainda que só por uma semana, aquele tanto de expectativa boa que vem com a chegada de um ano novo.
Graças a Deus posso sonhar com o 2014 que quiser. Podia tê-lo feito antes, desde o início de 2013, é verdade (quando percebi que seria um ano esquisito). Mas é que eu estava dando uma chance pra ver se a coisa desandava.
Só que é como relacionamento. Você sabe, desde o início, quando a coisa não vai pra frente. Você sabe e insiste. Vai que, né?! Ainda assim, nada muda - e você percebe como aquele seu feeling não falha. Nunca.
Por isso, 2013, antes que você apronte mais uma pra mim, queria dizer que estou fora. Não quero mais. E, por favor, não me procure. Vai ser melhor pra nós dois.
Tudo bem. Não sou criança. Sei que os relacionamentos são feitos de altos e baixos. Todos relacionamentos. Mas os baixos foram muito baixos. Ou talvez os altos não tenham sido assim tão altos (com exceção de um pico do Everest, o nascimento da minha afilhada).
Eu sei. Nem todo ano é esplendoroso, incrível. Mas, cara, 2013 brincou com os meus sentimentos (ele nem acabou, mas eu decidi enterrá-lo antecipadamente).
Sabe aquele ano travado? Que não desenrola? Que não caga e nem sai da moita? Pois é. 2013 foi pior.
Energeticamente falando, pode ser que não seja bom fazer um balanço tão ruim como este. Mas sinto que esta é uma forma de pôr fim a tanta negatividade, uma forma de me livrar dessa uruca e adiantar, ainda que só por uma semana, aquele tanto de expectativa boa que vem com a chegada de um ano novo.
Graças a Deus posso sonhar com o 2014 que quiser. Podia tê-lo feito antes, desde o início de 2013, é verdade (quando percebi que seria um ano esquisito). Mas é que eu estava dando uma chance pra ver se a coisa desandava.
Só que é como relacionamento. Você sabe, desde o início, quando a coisa não vai pra frente. Você sabe e insiste. Vai que, né?! Ainda assim, nada muda - e você percebe como aquele seu feeling não falha. Nunca.
Por isso, 2013, antes que você apronte mais uma pra mim, queria dizer que estou fora. Não quero mais. E, por favor, não me procure. Vai ser melhor pra nós dois.
18.12.13
Foi assim. Eu queria fazer um jantar de fim de ano bem especial para um grupo de amigas incríveis! E quase arranquei os cabelos tentando pensar em algo que as deixasse maravilhadas (como é duro agradar gente com bom gosto!).
Sofri. Sofri. Sofri. Até que encontrei essa receita de cordeiro da Rita Lobo. Fiquei feliz com o achado, até ouvir de uma das convidadas: cordeiro? Ai, que corajosa! Acho tão difícil! Bastou para que tremesse nas bases. Mas aí não tive ideia melhor e resolvi encarar.
O bom é que elas são tão legais que, se tudo desse errado, partiríamos para a comida delivery sem qualquer climão.
Uma vez decidida a carne, faltavam os complementos. E aí entra a genialidade da Rita. Ela já tinha pensado nisso. E separou (parece que especialmente pra mim) três acompanhamentos sublimes. Cuscuz marroquino. Salada de lentilha. Salada de abobrinha.
Todos simples. E todos extremamente saborosos. Melhor: uma receita sem queijo. De cabo a rabo.
Foi uma experiência boa e única, pois tenho a mania de sempre enfiar queijo em tudo que faço (e, confesso, isso pode ser monótono - apesar de eu ser absolutamente psicopata com queijo).
De quebra, ainda marquei pontos com uma das meninas, que tem uma leve intolerância à lactose. Só posso dizer a vocês que o "banquete" deu certo. Muito certo.
Espero que gostem!
Cordeiro marroquino
Ingredientes
1kg de paleta de cordeiro em cubos (esse peso é só de carne, sem o osso. No açougue, peça que limpem tudo para você e cortem em cubos de 3 cms)
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
4 colheres (sopa) de azeite
1 cebola
1 colher (chá) de cominho
1 colher (chá) de páprica picante
1 colher (chá) de canela em pó
2 folhas de louro
3 xícaras (chá) de água ou caldo caseiro (de legumes ou de carne)
1/3 xícara (chá) de azeitonas verdes, sem caroço, em fatias
1 colher (sopa) de mel
1 xícara (chá) de grão de bico cozido (uso o já cozido, embalado à vácuo)
2 colheres (chá) de raspas de limão (de preferência, siciliano)
Folhas de coentro fresco a gosto
Amêndoa laminada a gosto (opcional)
Sal
Pimenta do reino
Modo de preparo
Pique fino a cebola. Coloque a farinha em um prato e empane os cubos.
Leve uma panela grande ao fogo alto, regue com 1 colher (sopa) de azeite e deixe aquecer bem. Quando estiver soltando fumaça, acrescente 1/3 da carne à panela e deixe dourar, mexendo de vez em quando, por alguns minutos (não coloque a carne toda de uma vez. Ela esfria a panela e, em vez de selar, cozinha no próprio vapor). Com uma escumadeira, transfira para um recipiente.
Aqueça outra colher de azeite e sele mais uma porção de carne. Repita essa operação até finalizar. Reserve.
Nessa mesma panela, diminua o fogo, regue com mais uma colher de azeite e refogue a cebola por dois minutos - os queimadinhos do fundo é que vão dar o sabor e a textura do molho. Tempere com cerca de uma colher (chá) de sal e pimenta do reino a gosto.
Junte o cominho, a páprica, a canela e a água (ou o caldo). Aumente o fogo e mexa vigorosamente para soltar e incorporar os resíduos do fundo.
Depois de dois ou três minutos mexendo bem, coloque na panela a carne e os líquidos que se formaram no recipiente. Junte as folhas de louro, o mel e as azeitonas. Misture bem e, assim que a água ferver, abaixe o fogo para médio e deixe cozinhar com a tampa entreaberta por 1h30 (nesse meio tempo, sugiro mexer a mistura, de vez em quando. Não o fiz e o fundo queimou! Ah, e se nesse tempo a carne não estiver macia, coloque mais água e cozinhe por mais tempo).
No fim do cozimento, junte o grão de bico e as raspas de limão. Misture bem e verifique os temperos. Ajuste com sal e pimenta do reino. Desligue o fogo.
Dá para servir no dia seguinte. Se for essa a sua ideia, leve à geladeira quando esfriar.
Na hora de servir, aqueça bem e, se o molho estiver grosso quando quente, acrescente um pouco de água fervente. Transfira para uma tigela grande, uma sopeira ou sirva na panela de ferro. Salpique com o coentro. Se quiser, polvilhe com lâminas de amêndoa.
Sofri. Sofri. Sofri. Até que encontrei essa receita de cordeiro da Rita Lobo. Fiquei feliz com o achado, até ouvir de uma das convidadas: cordeiro? Ai, que corajosa! Acho tão difícil! Bastou para que tremesse nas bases. Mas aí não tive ideia melhor e resolvi encarar.
O bom é que elas são tão legais que, se tudo desse errado, partiríamos para a comida delivery sem qualquer climão.
Uma vez decidida a carne, faltavam os complementos. E aí entra a genialidade da Rita. Ela já tinha pensado nisso. E separou (parece que especialmente pra mim) três acompanhamentos sublimes. Cuscuz marroquino. Salada de lentilha. Salada de abobrinha.
Todos simples. E todos extremamente saborosos. Melhor: uma receita sem queijo. De cabo a rabo.
Foi uma experiência boa e única, pois tenho a mania de sempre enfiar queijo em tudo que faço (e, confesso, isso pode ser monótono - apesar de eu ser absolutamente psicopata com queijo).
De quebra, ainda marquei pontos com uma das meninas, que tem uma leve intolerância à lactose. Só posso dizer a vocês que o "banquete" deu certo. Muito certo.
Espero que gostem!
Cordeiro marroquino
Ingredientes
1kg de paleta de cordeiro em cubos (esse peso é só de carne, sem o osso. No açougue, peça que limpem tudo para você e cortem em cubos de 3 cms)
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
4 colheres (sopa) de azeite
1 cebola
1 colher (chá) de cominho
1 colher (chá) de páprica picante
1 colher (chá) de canela em pó
2 folhas de louro
3 xícaras (chá) de água ou caldo caseiro (de legumes ou de carne)
1/3 xícara (chá) de azeitonas verdes, sem caroço, em fatias
1 colher (sopa) de mel
1 xícara (chá) de grão de bico cozido (uso o já cozido, embalado à vácuo)
2 colheres (chá) de raspas de limão (de preferência, siciliano)
Folhas de coentro fresco a gosto
Amêndoa laminada a gosto (opcional)
Sal
Pimenta do reino
Modo de preparo
Pique fino a cebola. Coloque a farinha em um prato e empane os cubos.
Leve uma panela grande ao fogo alto, regue com 1 colher (sopa) de azeite e deixe aquecer bem. Quando estiver soltando fumaça, acrescente 1/3 da carne à panela e deixe dourar, mexendo de vez em quando, por alguns minutos (não coloque a carne toda de uma vez. Ela esfria a panela e, em vez de selar, cozinha no próprio vapor). Com uma escumadeira, transfira para um recipiente.
Aqueça outra colher de azeite e sele mais uma porção de carne. Repita essa operação até finalizar. Reserve.
Nessa mesma panela, diminua o fogo, regue com mais uma colher de azeite e refogue a cebola por dois minutos - os queimadinhos do fundo é que vão dar o sabor e a textura do molho. Tempere com cerca de uma colher (chá) de sal e pimenta do reino a gosto.
Junte o cominho, a páprica, a canela e a água (ou o caldo). Aumente o fogo e mexa vigorosamente para soltar e incorporar os resíduos do fundo.
Depois de dois ou três minutos mexendo bem, coloque na panela a carne e os líquidos que se formaram no recipiente. Junte as folhas de louro, o mel e as azeitonas. Misture bem e, assim que a água ferver, abaixe o fogo para médio e deixe cozinhar com a tampa entreaberta por 1h30 (nesse meio tempo, sugiro mexer a mistura, de vez em quando. Não o fiz e o fundo queimou! Ah, e se nesse tempo a carne não estiver macia, coloque mais água e cozinhe por mais tempo).
No fim do cozimento, junte o grão de bico e as raspas de limão. Misture bem e verifique os temperos. Ajuste com sal e pimenta do reino. Desligue o fogo.
Dá para servir no dia seguinte. Se for essa a sua ideia, leve à geladeira quando esfriar.
Na hora de servir, aqueça bem e, se o molho estiver grosso quando quente, acrescente um pouco de água fervente. Transfira para uma tigela grande, uma sopeira ou sirva na panela de ferro. Salpique com o coentro. Se quiser, polvilhe com lâminas de amêndoa.
9.12.13
Não anda nada fácil. Nada. Sinto os dias se arrastando. Como se estivesse presa em um sono letárgico. Enquanto as coisas desmoronam bem lentamente, busco saídas, meio tonta, meio perdida.
Para os outros, finjo que vai tudo bem. Mas a verdade é que não vejo luz no fim do túnel... e isso é desesperador.
Muitos vão dizer que sou exagerada. Que as coisas vão é muito bem, obrigada. Claro. Pra quem está de fora, a gente segue firme. Somos uma dupla de (relativo) sucesso. Mas só eu sei a verdade nua e crua.
Como em todo relacionamento, minha dúvida é: trata-se apenas de uma crise ou chegamos ao fim da linha e eu é que não consigo me libertar, deixar que cada qual siga seu caminho? Essa dúvida, aliás, sempre me atormenta.
Por que é tão difícil saber quando as coisas acabam? Por que temos tanta dificuldade de reconhecer o fim de um relacionamento? Por que nos enchemos de esperança de que seja só uma crise passageira?
Talvez eu seja uma neurótica sem remédio e este seja apenas mais um surto sem sentido. Mas ontem me senti no fim da linha. Sem solução. Sem alternativa.
Me diz, cozinha, o que será do nosso futuro?
Para os outros, finjo que vai tudo bem. Mas a verdade é que não vejo luz no fim do túnel... e isso é desesperador.
Muitos vão dizer que sou exagerada. Que as coisas vão é muito bem, obrigada. Claro. Pra quem está de fora, a gente segue firme. Somos uma dupla de (relativo) sucesso. Mas só eu sei a verdade nua e crua.
Como em todo relacionamento, minha dúvida é: trata-se apenas de uma crise ou chegamos ao fim da linha e eu é que não consigo me libertar, deixar que cada qual siga seu caminho? Essa dúvida, aliás, sempre me atormenta.
Por que é tão difícil saber quando as coisas acabam? Por que temos tanta dificuldade de reconhecer o fim de um relacionamento? Por que nos enchemos de esperança de que seja só uma crise passageira?
Talvez eu seja uma neurótica sem remédio e este seja apenas mais um surto sem sentido. Mas ontem me senti no fim da linha. Sem solução. Sem alternativa.
Me diz, cozinha, o que será do nosso futuro?
6.12.13
O meu lance com a Nigella foi amor à primeira vista. Apaixonei-me instantaneamente pela comida dela. Fácil, com muita coisa pré-pronta e calórica. O tipo de comida que gosto de botar pra dentro quando chego em casa. O tipo de comida que me inspira a ir pra cozinha. O tipo de comida que dá gosto preparar para aquela reuniãozinha só das amigas.
Nada contra as comidas saudáveis. Particularmente, adoro o Ottolenghi e outros chefs naturebas! Mas é meio fora da casinha não cozinhar nada de gordo (meio triste até).
O tchan da Nigella é justamente o fato de que a comida dela é comida de gente da vida real. De gente como a gente.
Além disso, ela está sempre sorrindo. É linda (gorda ou magra). Lambe os dedos enquanto cozinha (como eu!). E sai da cama para bater um pratão bem no meio da noite - e que se dane a dieta!
Não dá pra ficar imune. É uma mulher de verdade! Inspiração pura!
Talvez meu amor tenha me cegado e por isso eu não esteja chocada com a notícia de que ela usou cocaína (e maconha).
Não me entendam mal. Nunca usei nenhuma droga e sou radicalmente contra. Mas eu não consigo julgar a Nigella pelo que ela fez. A gente, que fica do lado de cá da telinha, tende a idealizar nossos heróis. Eles são perfeitos, lindos, divertidos. Não enfrentam um perrengue na vida. Levam uma vida de sonho. Mas faz bem lembrar que são apenas gente como nós.
Chifram e são chifrados. Amam e desamam. Têm momentos de baixa autoestima e outros de puro brilho. São capazes de dar a mais gostosa gargalhada do mundo e logo em seguida produzir o choro mais doído. São promovidos no emprego e demitidos sumariamente.
A vida da Nigella, por exemplo, parece muito mais difícil do que a minha. Ela tá na fossa, mas precisa parecer bem o tempo todo. Bonita o tempo todo. Sorridente o tempo todo. E estar casada com um cara violento é bem pior do que o que eu enfrento diariamente.
Esse pessoal famoso me dá pena. Viram adultos muito rápido. Precisam aprender a lidar com a enxurrada de dinheiro que passa a entrar na vida deles de repente (sem se deslumbrar loucamente). Têm que lidar com a tonelada de pessoas interesseiras que começam a pipocar em suas vidas. Precisam manter a sanidade e o pé no chão em meio a todo tipo de oportunidades.
Ufa! Não há santo que aguente.
Por isso, sinto que o mínimo que posso fazer nessas horas é não julgar a cocaína da Nigella.
Nada contra as comidas saudáveis. Particularmente, adoro o Ottolenghi e outros chefs naturebas! Mas é meio fora da casinha não cozinhar nada de gordo (meio triste até).
O tchan da Nigella é justamente o fato de que a comida dela é comida de gente da vida real. De gente como a gente.
Além disso, ela está sempre sorrindo. É linda (gorda ou magra). Lambe os dedos enquanto cozinha (como eu!). E sai da cama para bater um pratão bem no meio da noite - e que se dane a dieta!
Não dá pra ficar imune. É uma mulher de verdade! Inspiração pura!
Talvez meu amor tenha me cegado e por isso eu não esteja chocada com a notícia de que ela usou cocaína (e maconha).
Não me entendam mal. Nunca usei nenhuma droga e sou radicalmente contra. Mas eu não consigo julgar a Nigella pelo que ela fez. A gente, que fica do lado de cá da telinha, tende a idealizar nossos heróis. Eles são perfeitos, lindos, divertidos. Não enfrentam um perrengue na vida. Levam uma vida de sonho. Mas faz bem lembrar que são apenas gente como nós.
Chifram e são chifrados. Amam e desamam. Têm momentos de baixa autoestima e outros de puro brilho. São capazes de dar a mais gostosa gargalhada do mundo e logo em seguida produzir o choro mais doído. São promovidos no emprego e demitidos sumariamente.
A vida da Nigella, por exemplo, parece muito mais difícil do que a minha. Ela tá na fossa, mas precisa parecer bem o tempo todo. Bonita o tempo todo. Sorridente o tempo todo. E estar casada com um cara violento é bem pior do que o que eu enfrento diariamente.
Esse pessoal famoso me dá pena. Viram adultos muito rápido. Precisam aprender a lidar com a enxurrada de dinheiro que passa a entrar na vida deles de repente (sem se deslumbrar loucamente). Têm que lidar com a tonelada de pessoas interesseiras que começam a pipocar em suas vidas. Precisam manter a sanidade e o pé no chão em meio a todo tipo de oportunidades.
Ufa! Não há santo que aguente.
Por isso, sinto que o mínimo que posso fazer nessas horas é não julgar a cocaína da Nigella.
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