Queridos, hoje quem vos escreve é uma cozinheira desesperada. Desesperada pela receita perfeita de carbonara.
Há anos faço essa massa em casa. E, cada vez, testo uma versão nova. No entanto, ainda não achei A receita, sabe?
Frustante as hell!
Uma hora sobra ovo; noutra, falta. E nunca me decido se coloco ou não creme de leite...
Então, se você aí tem uma receita divina e infalível de macarrão a carbonara, compartilha?
Estou para ficar louca!
:)
Obrigada por salvar uma alma faminta e perfeccionista!
Obs.: Detalhe. O melhor carbonara que comi na vida foi em Cartagena, numa birosquinha simpática! De tão bom, rolou repeteco. Lembra, Cefas?
20.8.13
Tem horas em que dá vontade de sentar e chorar. Não digo desistir, porque aí também é muito radical. Afinal de contas, estou falando de algo que é mais do que um sonho. Estou falando de uma obsessão. Mas minha falta de profissionalismo me irrita. É impressionante como faço pratos feios e cometo erros básicos. Até hoje.
Isso tem me tirado do sé-rio. Tem horas em que acho que é um sinal de que devo abandonar a cozinha. Sente só.
No dia dos pais, rolou um frango com mostarda. Pense num prato promissor! O problema é que ele terminou cheio de falhas. A carne ficou dura por dentro. Coloquei óleo demais na panela. E o creme de leite, que ajuda a cozinhar o frango e deveria sobrar para compor o molho de mostarda, secou. Aí tive a ideia de girico de colocar um pouco mais de creme de leite para melhorar o molho, só que não tinha mais da versão fresca e acabei colocando a normal mesmo. O resultado? Um molho maçaroca, mais grosso do que purê de batata. Vontade de chorar total.
Fiz também uma sobremesa simplérrima, com apenas três ingredientes. É um sorvetinho de queijo, fácil de tudo, que até vai sair aqui no blog de tão bom e prático. Receita da minha irmã Fefê. Depois de tudo pronto, lá fui eu fazer a parte mais idiota de todas: tirar do freezer e desenformar. Só que rolou aquele desastre total. Só um dos sorvetinhos abandonou a forma, revoltado, mas ele ficou com uma cara tão deformada que me tirou o fôlego! Ódio mortal! Detalhe: o da minha irmã sempre fica perfeito.
E o bolo de chocolate meio amargo de ontem? Promessa de sucesso internacional. A receita é daquelas vipérrimas, tirada da bíblia do chocolate editada pela Larousse. E então, José? Ora, pois, bolo seco! Arghhhhhhhhh! Fiquei tão triste que nem trouxe o bichinho para o trabalho.
E essas são apenas algumas das trapalhadas mais recentes...
Ainda bem que alguma coisa ainda dá certo (mesmo não ficando visualmente agradável). Talvez seja um incentivo de leve para eu não desistir de vez.
Hunf! Cansei! Deus da cozinha, por favor, me dá uma mãozinha aí?
Isso tem me tirado do sé-rio. Tem horas em que acho que é um sinal de que devo abandonar a cozinha. Sente só.
No dia dos pais, rolou um frango com mostarda. Pense num prato promissor! O problema é que ele terminou cheio de falhas. A carne ficou dura por dentro. Coloquei óleo demais na panela. E o creme de leite, que ajuda a cozinhar o frango e deveria sobrar para compor o molho de mostarda, secou. Aí tive a ideia de girico de colocar um pouco mais de creme de leite para melhorar o molho, só que não tinha mais da versão fresca e acabei colocando a normal mesmo. O resultado? Um molho maçaroca, mais grosso do que purê de batata. Vontade de chorar total.
Fiz também uma sobremesa simplérrima, com apenas três ingredientes. É um sorvetinho de queijo, fácil de tudo, que até vai sair aqui no blog de tão bom e prático. Receita da minha irmã Fefê. Depois de tudo pronto, lá fui eu fazer a parte mais idiota de todas: tirar do freezer e desenformar. Só que rolou aquele desastre total. Só um dos sorvetinhos abandonou a forma, revoltado, mas ele ficou com uma cara tão deformada que me tirou o fôlego! Ódio mortal! Detalhe: o da minha irmã sempre fica perfeito.
E o bolo de chocolate meio amargo de ontem? Promessa de sucesso internacional. A receita é daquelas vipérrimas, tirada da bíblia do chocolate editada pela Larousse. E então, José? Ora, pois, bolo seco! Arghhhhhhhhh! Fiquei tão triste que nem trouxe o bichinho para o trabalho.
E essas são apenas algumas das trapalhadas mais recentes...
Ainda bem que alguma coisa ainda dá certo (mesmo não ficando visualmente agradável). Talvez seja um incentivo de leve para eu não desistir de vez.
Hunf! Cansei! Deus da cozinha, por favor, me dá uma mãozinha aí?
15.8.13
Daqui a pouco vocês vão achar que alguém está me pagando para falar bem da abóbora. Mas não. Simplesmente rolou uma coincidência. Ao ver aquela torta de abóbora exótica, tive que experimentá-la. Tenho certeza de que vocês me entendem. E depois veio esse pão de abóbora, que mais parece um bolo, com uma cobertura de cream cheese.
O mais legal desta receita é que, apesar de se tratar de um pão, você não precisa sovar a massa e nem esperá-la crescer. Você usa apenas a batedeira. E pronto.
Tudo bem que você precisa fazer o pão por etapas: a do cream cheese e a da massa em si. Ainda assim, é bem fácil.
A receita foi tirada do site An Edible Mosaic! Achei pelo Pinterest. Me apaixonei pela foto!
Pão de abóbora, especiarias e cream cheese
Ingredientes
226g de cream, temperatura ambiente
1 ovo grande, temperatura ambiente, levemente batido
1/4 de xícara (chá) de açúcar de confeiteiro
1/2 colher (chá) de extrato de baunilha
3/4 de xícara (chá) de açúcar mascavo
2 ovos grandes
3/4 de xícara (chá) de purê de abóbora (cozinhe a abóbora no forno ou numa panela com água e depois amasse com o garfo)
2 colheres (sopa) de óleo de canola
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 1/4 de xícara (chá) de farinha de trigo
1 1/4 de colher (chá) de fermento em pó
1/4 de colher (chá) de bicarbonato de sódio
1/4 de colher (chá) de sal
3/4 de colher (chá) de canela
1/2 de colher (chá) de noz moscada em pó
1/4 de colher (chá) de gengibre em pó
1/8 de colher (chá) de de alho picadinho
Modo de preparo
Bata os primeiros quatro ingredientes, até que esteja macio e sedoso. Reserve. Pré-aqueça o forno a 180oC. Unte com manteiga uma fôrma de bolo inglês.
Na batedeira, misture o açúcar e os ovos. Depois, coloque o purê de abóbora, o óleo e a baunilha. Em uma vasilha separada, misture a farinha, o fermento, o bicarbonato, o sal, a canela, a noz moscada, o gengibre e o alho. Aos poucos, junte a mistura seca à que está na batedeira, sem bater muito.
Asse por 40 minutos, até que as bordas estejam douradas. Deixe esfriar por 10 minutos e desenforme.
O mais legal desta receita é que, apesar de se tratar de um pão, você não precisa sovar a massa e nem esperá-la crescer. Você usa apenas a batedeira. E pronto.
Tudo bem que você precisa fazer o pão por etapas: a do cream cheese e a da massa em si. Ainda assim, é bem fácil.
A receita foi tirada do site An Edible Mosaic! Achei pelo Pinterest. Me apaixonei pela foto!
Pão de abóbora, especiarias e cream cheese
Ingredientes
226g de cream, temperatura ambiente
1 ovo grande, temperatura ambiente, levemente batido
1/4 de xícara (chá) de açúcar de confeiteiro
1/2 colher (chá) de extrato de baunilha
3/4 de xícara (chá) de açúcar mascavo
2 ovos grandes
3/4 de xícara (chá) de purê de abóbora (cozinhe a abóbora no forno ou numa panela com água e depois amasse com o garfo)
2 colheres (sopa) de óleo de canola
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 1/4 de xícara (chá) de farinha de trigo
1 1/4 de colher (chá) de fermento em pó
1/4 de colher (chá) de bicarbonato de sódio
1/4 de colher (chá) de sal
3/4 de colher (chá) de canela
1/2 de colher (chá) de noz moscada em pó
1/4 de colher (chá) de gengibre em pó
1/8 de colher (chá) de de alho picadinho
Modo de preparo
Bata os primeiros quatro ingredientes, até que esteja macio e sedoso. Reserve. Pré-aqueça o forno a 180oC. Unte com manteiga uma fôrma de bolo inglês.
Na batedeira, misture o açúcar e os ovos. Depois, coloque o purê de abóbora, o óleo e a baunilha. Em uma vasilha separada, misture a farinha, o fermento, o bicarbonato, o sal, a canela, a noz moscada, o gengibre e o alho. Aos poucos, junte a mistura seca à que está na batedeira, sem bater muito.
Asse por 40 minutos, até que as bordas estejam douradas. Deixe esfriar por 10 minutos e desenforme.
13.8.13
Puf! Morri. Morri e fui parar no céu. No céu culinário. Tudo culpa do La Chaumière. Por que você foi entrar na minha vida?
Agora, acabou. Não terei mais sossego enquanto estiver viva. Para mim, era só mais um jantar. Sabe? Aquela coisa de só mais uma refeição legal. Mas não...
Jamais imaginei que, naquela quinta-feira aparentemente normal, iria provar o melhor Steak au Poivre da minha vida. Quando meu amigo disse que o tal restaurante servia o melhor bife com pimenta que ele já tinha comido, melhor até que os originais parisienses, segurei o riso. Menos, né Jorginho?
Paguei a língua. O danado tinha razão. Quando a carne chegou, quase desmaiei. Sério. Olha esse molho. Isso deveria ser proibido. Deveria ser ilegal. Graças a Deus que o responsável por esse molho está vivo. Em boas condições. E cozinhando no La Chaumière.
Por mais que eu me esforce, nada vai ser capaz de transmitir o quanto essa carne, regada com esse molho, é espetacular. Sensacional. Coisa de outro mundo. Só posso dizer que, se o seu dia não foi bom e você está disposto a gastar 96 reais por um prato, agora já sabe para onde ir.
(E ainda rola uma batatinha para você terminar de enterrar o pé todo na jaca...)
Agora, acabou. Não terei mais sossego enquanto estiver viva. Para mim, era só mais um jantar. Sabe? Aquela coisa de só mais uma refeição legal. Mas não...
Jamais imaginei que, naquela quinta-feira aparentemente normal, iria provar o melhor Steak au Poivre da minha vida. Quando meu amigo disse que o tal restaurante servia o melhor bife com pimenta que ele já tinha comido, melhor até que os originais parisienses, segurei o riso. Menos, né Jorginho?
Paguei a língua. O danado tinha razão. Quando a carne chegou, quase desmaiei. Sério. Olha esse molho. Isso deveria ser proibido. Deveria ser ilegal. Graças a Deus que o responsável por esse molho está vivo. Em boas condições. E cozinhando no La Chaumière.
Por mais que eu me esforce, nada vai ser capaz de transmitir o quanto essa carne, regada com esse molho, é espetacular. Sensacional. Coisa de outro mundo. Só posso dizer que, se o seu dia não foi bom e você está disposto a gastar 96 reais por um prato, agora já sabe para onde ir.
(E ainda rola uma batatinha para você terminar de enterrar o pé todo na jaca...)
11.8.13
Na hora de receber amigos em casa, sempre fico indecisa quanto ao que servir. É o mesmo dilema, over and over. Que prato é, ao mesmo tempo, prático e cheio de sabor? Lembrando que detesto gastar horas na cozinha.
Confesso que não é tarefa difícil. Hoje, na internet, é possível encontrar rapidamente dicas nesse sentido. Tem muita sugestão boa por aí. O problema é você testar a receita bem no dia do evento. E se a coisa desandar?
Por isso, acabo repetindo pratos de sucesso garantido. Até que me canso das velhas receitas e arrisco algo novo (que não pareça de execução complexa e gosto duvidoso).
Foi assim com essa brusqueta de copo. Achei maravilhosa a ideia de uma brusqueta desconstruída, desestruturada, servida em copinhos/potinhos.
A receita foi tirada do livro Panelinha, da Rita Lobo (uma das minhas chefs favoritas, ao lado de Jamie Oliver e Nigella Lawson).
O mais legal é que a receita não precisa ser seguida ao pé da letra. Ela pode servir de base para outros mil tipos de brusqueta, dos mais variados sabores, resultado das mais diferentes combinações! O legal aqui é a forma de servir! Da próxima vez, acho que já vou fazer os croutons temperados, para dar mais sabor ao conjunto da obra!
Brusqueta no copo
Ingredientes
4 fatias de pão de fôrma integral
20 azeitonas pretas sem caroço
8 raminhos de manjericão fresco
4 tomates maduros bem vermelhos
8 colheres (sopa) de azeite de oliva
Sal e pimenta do reino a gosto
Modo de Preparo
Leve as fatias de pão ao congelador por 20 minutos. Semicongelado, ele não vai desmanchar na hora de cortar.
Pré-aqueça o forno a 180oC. Para fazer os croutons, corte as fatias de pão em cubos bem pequenos. Transfira os cubinhos para uma assadeira e leve ao forno por 15 minutos ou até dourar. Chacoalhe a assadeira pelo menos uma vez, para os croutons assarem por igual.
Corte as azeitonas em tiras finas.
Sob água corrente, lave os raminhos de manjericão. Retire as folhas e descarte os caules. Calcule a quantidade de folhas para decorar os copinhos e reserve. O restante, rasgue com as mãos.
Retire a pele dos tomates. Para isso, leve uma panela com água ao fogo alto e prepare uma tigela com água e gelo. Com uma faca, corte um X na base de cada tomate. Coloque-os na panela com água, fervendo por 10 segundos. Em seguida, transfira para a tigela com água e gelo. A partir do X, retire a pele, como se fossem quatro folhas. O choque térmico faz com que ela se desprenda facilmente. Corte os tomates em metades e retire as sementes. Corte em cubinhos.
Numa tigela, misture os cubinhos de tomate, a azeitona, o manjericão, os croutons e regue com azeite. Prove antes de temperar com sal e pimenta.
Distribua em copinhos e decore com as folhas de manjericão reservadas.
Rende de 8 a 16 porções!
Confesso que não é tarefa difícil. Hoje, na internet, é possível encontrar rapidamente dicas nesse sentido. Tem muita sugestão boa por aí. O problema é você testar a receita bem no dia do evento. E se a coisa desandar?
Por isso, acabo repetindo pratos de sucesso garantido. Até que me canso das velhas receitas e arrisco algo novo (que não pareça de execução complexa e gosto duvidoso).
Foi assim com essa brusqueta de copo. Achei maravilhosa a ideia de uma brusqueta desconstruída, desestruturada, servida em copinhos/potinhos.
A receita foi tirada do livro Panelinha, da Rita Lobo (uma das minhas chefs favoritas, ao lado de Jamie Oliver e Nigella Lawson).
O mais legal é que a receita não precisa ser seguida ao pé da letra. Ela pode servir de base para outros mil tipos de brusqueta, dos mais variados sabores, resultado das mais diferentes combinações! O legal aqui é a forma de servir! Da próxima vez, acho que já vou fazer os croutons temperados, para dar mais sabor ao conjunto da obra!
Brusqueta no copo
Ingredientes
4 fatias de pão de fôrma integral
20 azeitonas pretas sem caroço
8 raminhos de manjericão fresco
4 tomates maduros bem vermelhos
8 colheres (sopa) de azeite de oliva
Sal e pimenta do reino a gosto
Modo de Preparo
Leve as fatias de pão ao congelador por 20 minutos. Semicongelado, ele não vai desmanchar na hora de cortar.
Pré-aqueça o forno a 180oC. Para fazer os croutons, corte as fatias de pão em cubos bem pequenos. Transfira os cubinhos para uma assadeira e leve ao forno por 15 minutos ou até dourar. Chacoalhe a assadeira pelo menos uma vez, para os croutons assarem por igual.
Corte as azeitonas em tiras finas.
Sob água corrente, lave os raminhos de manjericão. Retire as folhas e descarte os caules. Calcule a quantidade de folhas para decorar os copinhos e reserve. O restante, rasgue com as mãos.
Retire a pele dos tomates. Para isso, leve uma panela com água ao fogo alto e prepare uma tigela com água e gelo. Com uma faca, corte um X na base de cada tomate. Coloque-os na panela com água, fervendo por 10 segundos. Em seguida, transfira para a tigela com água e gelo. A partir do X, retire a pele, como se fossem quatro folhas. O choque térmico faz com que ela se desprenda facilmente. Corte os tomates em metades e retire as sementes. Corte em cubinhos.
Numa tigela, misture os cubinhos de tomate, a azeitona, o manjericão, os croutons e regue com azeite. Prove antes de temperar com sal e pimenta.
Distribua em copinhos e decore com as folhas de manjericão reservadas.
Rende de 8 a 16 porções!
6.8.13
Não. Ela não é feita com ingredientes afrodisíacos. Muito menos seu formato é fálico. Que mente poluída, hein? Eu só quis dizer que ela não tem um sabor infantil. Sabe como é? Não poderia ser servida em festa de criança. Algo desse tipo.
Mas aguenta aí. Quero contar a história desde o começo.
Eu tinha 16 anos recém-completados e deixava Brasília para uma experiência única. Indescritível. Inesquecível, como depois me dei conta. Fui fazer intercâmbio. Apesar de ter ido morar nos Estados Unidos, na prática, era como se não tivesse ido. É que meu destino não tinha nada a ver com o que eu conhecia dos norte-americanos. Bom, confesso que, naquela idade, não sabia muito sobre eles. Afinal, Estados Unidos era sinônimo de Disney – e não dá para dizer que o país é exatamente uma terra mágica, não é?
Sabia que não estava indo para um parque de diversões em tamanho real. E também imaginava que não ia encarar algo como uma Nova York em proporções diminutas. Mas não estava preparada para Fort Pierre.
Ainda bem.
Talvez, se tivesse uma noção claríssima de no que estava me metendo, teria sofrido antecipadamente. Como quase todos meus amigos que partiram do Brasil rumo aos EUA. Mas acho que eles sofriam por saudades de casa. Coisa que eu não entendia. Afinal, tínhamos acabado de deixar o solo brasileiro.
De qualquer forma, estava saltitante. Eu parecia um ser em estado de frenesi permanente. Tudo porque, em algumas horas, ia conhecer minha futura cidade de residência pelos próximos 12 meses. Uma cidade pequena (na verdade, do tamanho de uma caixa de fósforos), interiorana, mas simpática. Já imaginava as pessoas, os novos amigos, a escola e as ruas branquinhas de neve (jamais imaginei o frio que vem com a neve. E, quando digo frio, quero dizer frio. Fri-o. Brrrrr).
(Eu e minha irmã americana, Elizabeth)
Morar nos Estados Unidos era como fazer parte de um filme. Em todos os sentidos. Quer dizer, um filme sem glamour, com as ‘dores’ da vida real. Mas com cara de filme.
A escola era igualzinha às retratadas por Hollywood. Um mundinho dividido entre nerds e esportistas, perdedores e populares. Tinha as cobiçadas cheerleaders. E as candidatas a rainha de qualquer evento que surgisse. Tinha o refeitório e os lockers para que cada um guardasse suas coisas no período das aulas.
E tinha a comida.
É. A comida foi um parto. Quer dizer, adolescente adora porcaria. Então, pude satisfazer todos os meus desejos mais gordos. Minha cabecinha obesa vivia em festa. Até que, dois meses depois, cansei. Até minha cabeça obesa gritava por socorro. Eu queria fruta. De verdade. Não aqueles objetos esteticamente perfeitos com gosto de isopor. Queria legumes. Coisas frescas. Sucos de fruta e não refrigerantes com sabor de fruta. Comecei uma busca desesperada por comidas melhores. Antes que enfartasse.
Mas três coisas da fase gorda foram mantidas na minha nova era alimentar. Três coisas ricas em açúcar que tinham conquistado meu total e absoluto respeito. Uma delas, a torta de abóbora.
Sério, nunca pensei que fosse gostar tanto de torta de abóbora. Eu, que não sou de comer abóbora cozida, que rejeito a bichinha sempre que há qualquer outra verdura disponível, acabei rendida, apaixonada, de quatro pelo tal doce, que tem cara e cheiro de Dia de Ação de Graças.
Desde que voltei dos Estados Unidos (lá se vão 16 anos. Lord!), tenho buscado a melhor e mais perfeita receita de torta de abóbora. Eu até achei, mas perdi a danada em uma dessas atualizações de computador.
Enquanto procurava, esta receita aqui bateu à minha porta. Uma torta de abóbora exótica. Adulta. De paladar refinado. Daquelas que causam impacto (seja para o bem ou para o mal). Um doce com muita, muita personalidade.
Espero que gostem.
Torta de abóbora com mel e especiarias
Ingredientes
Massa
1 e ¼ xícara (chá) de farinha de trigo
½ colher (chá) de sal
½ colher (chá) de açúcar
120g de manteiga sem sal gelada picada em cubinhos
2 colheres (sopa) de água gelada
Recheio
1 e ½ xícara (chá) de purê de abóbora*
½ xícara (chá) de mel
1 colher (chá) de canela em pó
½ colher (chá) de gengibre em pó
¼ de colher (chá) de cravo em pó
¼ de colher (chá) de sal
2 ovos levemente batidos
3/4 de xícara (chá) de leite evaporado (ou ¼ de xícara (chá) de creme de leite + ½ xícara (chá) de leite integral)
Modo de Preparo
Em uma tigela grande, misture a farinha, o sal e o açúcar. Adicione os cubos de manteiga e amasse com as pontas dos dedos até formar uma farofa úmida. Junte a água, uma colherada por vez, amassando somente para formar uma bola de massa. Forme um disco com a bola de massa, envolva em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 20 minutos.
(Disco de massa)
Sobre uma superfície limpa e enfarinhada, abra a massa, utilizando o rolo de macarrão, até conseguir um círculo de 28cm de diâmetro. Transfira para uma fôrma de tortas de 22cm de diâmetro, cobrindo o fundo e as laterais. Corte o excesso de massa e aperte as bordas com um garfo ou decore como preferir. Reserve no freezer.
Pré-aqueça o forno a 200 graus.
Em uma tigela grande, usando um fouet ou a batedeira, combine os ingredientes do recheio na ordem listada, batendo até conseguir um creme homogêneo.
Recheie a massa preparada com esse creme. Leve a torta ao forno por 10 minutos, então abaixe a temperatura para 170oC e asse por mais 30 ou 35 minutos, até o recheio firmar nas laterais, mas continuar meio mole no centro.
Deixe esfriar completamente antes de servir.
*Para o purê de abóbora, pique em pedaços uma boa fatia de abóbora de fazer doce, com casca e tudo (aquela abóbora pescoço), e leve ao forno a 180oC por uns 50 minutos, até os pedaços estarem bem macios. Então, retire as cascas e processe a massa cozida de abóbora. Por fim, deixe essa massa escorrer em uma peneira bem fininha, para eliminar o líquido restante.
Mas aguenta aí. Quero contar a história desde o começo.
Eu tinha 16 anos recém-completados e deixava Brasília para uma experiência única. Indescritível. Inesquecível, como depois me dei conta. Fui fazer intercâmbio. Apesar de ter ido morar nos Estados Unidos, na prática, era como se não tivesse ido. É que meu destino não tinha nada a ver com o que eu conhecia dos norte-americanos. Bom, confesso que, naquela idade, não sabia muito sobre eles. Afinal, Estados Unidos era sinônimo de Disney – e não dá para dizer que o país é exatamente uma terra mágica, não é?
Sabia que não estava indo para um parque de diversões em tamanho real. E também imaginava que não ia encarar algo como uma Nova York em proporções diminutas. Mas não estava preparada para Fort Pierre.
Ainda bem.
Talvez, se tivesse uma noção claríssima de no que estava me metendo, teria sofrido antecipadamente. Como quase todos meus amigos que partiram do Brasil rumo aos EUA. Mas acho que eles sofriam por saudades de casa. Coisa que eu não entendia. Afinal, tínhamos acabado de deixar o solo brasileiro.
De qualquer forma, estava saltitante. Eu parecia um ser em estado de frenesi permanente. Tudo porque, em algumas horas, ia conhecer minha futura cidade de residência pelos próximos 12 meses. Uma cidade pequena (na verdade, do tamanho de uma caixa de fósforos), interiorana, mas simpática. Já imaginava as pessoas, os novos amigos, a escola e as ruas branquinhas de neve (jamais imaginei o frio que vem com a neve. E, quando digo frio, quero dizer frio. Fri-o. Brrrrr).
(Eu e minha irmã americana, Elizabeth)
Morar nos Estados Unidos era como fazer parte de um filme. Em todos os sentidos. Quer dizer, um filme sem glamour, com as ‘dores’ da vida real. Mas com cara de filme.
A escola era igualzinha às retratadas por Hollywood. Um mundinho dividido entre nerds e esportistas, perdedores e populares. Tinha as cobiçadas cheerleaders. E as candidatas a rainha de qualquer evento que surgisse. Tinha o refeitório e os lockers para que cada um guardasse suas coisas no período das aulas.
E tinha a comida.
É. A comida foi um parto. Quer dizer, adolescente adora porcaria. Então, pude satisfazer todos os meus desejos mais gordos. Minha cabecinha obesa vivia em festa. Até que, dois meses depois, cansei. Até minha cabeça obesa gritava por socorro. Eu queria fruta. De verdade. Não aqueles objetos esteticamente perfeitos com gosto de isopor. Queria legumes. Coisas frescas. Sucos de fruta e não refrigerantes com sabor de fruta. Comecei uma busca desesperada por comidas melhores. Antes que enfartasse.
Mas três coisas da fase gorda foram mantidas na minha nova era alimentar. Três coisas ricas em açúcar que tinham conquistado meu total e absoluto respeito. Uma delas, a torta de abóbora.
Sério, nunca pensei que fosse gostar tanto de torta de abóbora. Eu, que não sou de comer abóbora cozida, que rejeito a bichinha sempre que há qualquer outra verdura disponível, acabei rendida, apaixonada, de quatro pelo tal doce, que tem cara e cheiro de Dia de Ação de Graças.
Desde que voltei dos Estados Unidos (lá se vão 16 anos. Lord!), tenho buscado a melhor e mais perfeita receita de torta de abóbora. Eu até achei, mas perdi a danada em uma dessas atualizações de computador.
Enquanto procurava, esta receita aqui bateu à minha porta. Uma torta de abóbora exótica. Adulta. De paladar refinado. Daquelas que causam impacto (seja para o bem ou para o mal). Um doce com muita, muita personalidade.
Espero que gostem.
Torta de abóbora com mel e especiarias
Ingredientes
Massa
1 e ¼ xícara (chá) de farinha de trigo
½ colher (chá) de sal
½ colher (chá) de açúcar
120g de manteiga sem sal gelada picada em cubinhos
2 colheres (sopa) de água gelada
Recheio
1 e ½ xícara (chá) de purê de abóbora*
½ xícara (chá) de mel
1 colher (chá) de canela em pó
½ colher (chá) de gengibre em pó
¼ de colher (chá) de cravo em pó
¼ de colher (chá) de sal
2 ovos levemente batidos
3/4 de xícara (chá) de leite evaporado (ou ¼ de xícara (chá) de creme de leite + ½ xícara (chá) de leite integral)
Modo de Preparo
Em uma tigela grande, misture a farinha, o sal e o açúcar. Adicione os cubos de manteiga e amasse com as pontas dos dedos até formar uma farofa úmida. Junte a água, uma colherada por vez, amassando somente para formar uma bola de massa. Forme um disco com a bola de massa, envolva em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 20 minutos.
(Disco de massa)
Sobre uma superfície limpa e enfarinhada, abra a massa, utilizando o rolo de macarrão, até conseguir um círculo de 28cm de diâmetro. Transfira para uma fôrma de tortas de 22cm de diâmetro, cobrindo o fundo e as laterais. Corte o excesso de massa e aperte as bordas com um garfo ou decore como preferir. Reserve no freezer.
Pré-aqueça o forno a 200 graus.
Em uma tigela grande, usando um fouet ou a batedeira, combine os ingredientes do recheio na ordem listada, batendo até conseguir um creme homogêneo.
Recheie a massa preparada com esse creme. Leve a torta ao forno por 10 minutos, então abaixe a temperatura para 170oC e asse por mais 30 ou 35 minutos, até o recheio firmar nas laterais, mas continuar meio mole no centro.
Deixe esfriar completamente antes de servir.
*Para o purê de abóbora, pique em pedaços uma boa fatia de abóbora de fazer doce, com casca e tudo (aquela abóbora pescoço), e leve ao forno a 180oC por uns 50 minutos, até os pedaços estarem bem macios. Então, retire as cascas e processe a massa cozida de abóbora. Por fim, deixe essa massa escorrer em uma peneira bem fininha, para eliminar o líquido restante.
5.8.13
Acho que foi por causa do boxe. Depois que comecei a socar o professor duas vezes por semana, passei a curtir essa coisa de luta. Na verdade, sempre fui tomboy ou Maria-tomba-homem, segundo o Wikipédia (Choquei. Confesso que nunca ouvi esse termo antes. Credo. Maria-tomba-homem soa horrível).
Sempre peitei meninos e meninas, passei a infância disputando espaço e poder na escola e na rua e adoro comandar qualquer grupo de qualquer coisa. Eu sei. É feio. Mas eu sou assim (tudo bem. Dei uma amenizada nesse lado selvagem, mas ainda sou chegada a uma liderançazinha).
Com certeza, foi esse amor recente pelas lutas que me influenciou a reservar espaço na agenda, durante a visita à Cidade do México, para assistir à lucha libre, uma forma de wrestling profissional.
A parte mais complicada da realização desse sonho foi convencer o concierge do hotel a arrumar um táxi para mim. Ouvi desde “é longe. O táxi vai sair caro” até “o que uma dama vai fazer na Arena, em meio a tantos populares e brigas da pior espécie”?
Não adiantou. Embarquei, animadíssima, para ver a tal luta.
Cambistas na porta, filas, máscaras à venda, tacos para um lanche rápido. Tudo o que se espera encontrar na entrada de um evento esportivo. No Brasil, no Afeganistão ou no México (nem sei por que citei o Afeganistão. Nunca estive lá e nem sei como a coisa funciona).
Comprar o ingresso foi tranquilo. O engraçado foram os olhares. Não é todo dia que duas branquelas pagam para ver luchadores .
Durante a noite, rolam várias lutas. Há luchadores e luchadoras. As brigas eram entre grupos, compostos por três integrantes cada.
A apresentação de cada luchador é hilária. Os gordinhos são os mais engraçados. Cada um tem sua música e seu figurino. Parte do espetáculo fica por conta das dançarinas, gostosonas contratadas para empolgar a plateia. Mas as lutas em si...
O início foi meio decepcionante. Lutas ensaiadas, golpes falsos, um cenário muito fake até mesmo pra mim. Nem a plateia se mexia.
Mas, com o passar dos minutos, a coisa mudou de cena. Os trios que se apresentavam eram cada vez melhores e mais empolgantes.
A plateia rapidamente reagiu. De repente, uma banda começou a tocar em meio ao povão. Apareceram as torcidas organizadas. As salvas de palmas tornaram-se constantes. Gritos de incentivo partiam de todos os cantos da arquibancada. Virou um carnaval fora de época.
Foi impossível não vibrar loucamente. Aplaudir. Gritar. Uhuuuuuuuu!
Surreal mesmo foi acompanhar a reação de uma menina de uns cinco anos, sentada próxima a mim. A mais empolgada das empolgadas. Foi então que me apaixonei por aquele “esporte” e por como aquelas máscaras esdrúxulas e acrobacias aparentemente sem sentido eram capaz de mexer com cada célula daquele minúsculo ser.
Sempre peitei meninos e meninas, passei a infância disputando espaço e poder na escola e na rua e adoro comandar qualquer grupo de qualquer coisa. Eu sei. É feio. Mas eu sou assim (tudo bem. Dei uma amenizada nesse lado selvagem, mas ainda sou chegada a uma liderançazinha).
Com certeza, foi esse amor recente pelas lutas que me influenciou a reservar espaço na agenda, durante a visita à Cidade do México, para assistir à lucha libre, uma forma de wrestling profissional.
A parte mais complicada da realização desse sonho foi convencer o concierge do hotel a arrumar um táxi para mim. Ouvi desde “é longe. O táxi vai sair caro” até “o que uma dama vai fazer na Arena, em meio a tantos populares e brigas da pior espécie”?
Não adiantou. Embarquei, animadíssima, para ver a tal luta.
Cambistas na porta, filas, máscaras à venda, tacos para um lanche rápido. Tudo o que se espera encontrar na entrada de um evento esportivo. No Brasil, no Afeganistão ou no México (nem sei por que citei o Afeganistão. Nunca estive lá e nem sei como a coisa funciona).
Comprar o ingresso foi tranquilo. O engraçado foram os olhares. Não é todo dia que duas branquelas pagam para ver luchadores .
Durante a noite, rolam várias lutas. Há luchadores e luchadoras. As brigas eram entre grupos, compostos por três integrantes cada.
A apresentação de cada luchador é hilária. Os gordinhos são os mais engraçados. Cada um tem sua música e seu figurino. Parte do espetáculo fica por conta das dançarinas, gostosonas contratadas para empolgar a plateia. Mas as lutas em si...
O início foi meio decepcionante. Lutas ensaiadas, golpes falsos, um cenário muito fake até mesmo pra mim. Nem a plateia se mexia.
Mas, com o passar dos minutos, a coisa mudou de cena. Os trios que se apresentavam eram cada vez melhores e mais empolgantes.
A plateia rapidamente reagiu. De repente, uma banda começou a tocar em meio ao povão. Apareceram as torcidas organizadas. As salvas de palmas tornaram-se constantes. Gritos de incentivo partiam de todos os cantos da arquibancada. Virou um carnaval fora de época.
Foi impossível não vibrar loucamente. Aplaudir. Gritar. Uhuuuuuuuu!
Surreal mesmo foi acompanhar a reação de uma menina de uns cinco anos, sentada próxima a mim. A mais empolgada das empolgadas. Foi então que me apaixonei por aquele “esporte” e por como aquelas máscaras esdrúxulas e acrobacias aparentemente sem sentido eram capaz de mexer com cada célula daquele minúsculo ser.
1.8.13
Quem me conhece bem sabe que meu restaurante favorito da cidade é o El Paso Texas, de comida mexicana (hoje rolam uns pratos peruanos também). Gosto tanto que já cheguei a frequentá-lo três vezes por semana. Como se fosse a casa da minha mãe e eu estivesse passando lá para filar uma boia.
Os garçons me conhecem. Sabem em que parte do restaurante me sento. Sabem de memória o que bebo (mojito, ontem, hoje e sempre!). E não se esquecem de que gosto mesmo de atacar o bufê (para isso, já têm preparado aqueles potinhos brancos para que eu coloque meu cativo sour cream e o guacamole imperdível). Se não for dia de coma-até-explodir (a la Dona Redonda, de Saramandaia), também se recordam do prato que costumo pedir. Enfim, atitudes típicas de uma viciada previsível.
Imaginem só a minha empolgação a chegar ao México, lar dos meus pratos favoritos! A chance de experimentar in loco todas as maravilhas que tão bem fazem ao meu estômago! É claro que não perdi tempo.
Rolou o de sempre, como quesadilla, frijoles, tacos, guacamole, mas também teve novidade, como a pepitoria (doce que parece uma hóstia em forma de leque colorido com sementes e creme. Eu sei. Parece um horror. E é. Rs).
Algumas coisas eram estranhas demais ou fedidas em excesso e preferi manter meu imaginário intocado sobre a delícia que é a culinária mexicana (melhor do que provar alguma bizarrice e decidir que só gosto da versão brasileira do México).
(Não provei! #medo)
E devo admitir que, via de regra, o que coloquei pra dentro estava muito bom! Como esquecer o feijãozinho do restaurante do Museu de Antropologia? Ou a quesadilla do W Hotel? Hummmm!
O problema é que tudo tem um preço. E, nesse caso, o preço foi alto.
Quem tem nojo ou dificuldade de enfrentar descrições escatológicas, pare por aqui. A coisa vai ficar feia.
Com UM dia, era um tal de comida rodando na barriga, fazendo dancinhas estapafúrdias, ganhando vida própria! E eu lá, tendo que manter a pose de que era vivida em termos de comida mexicana. Toma! Com CINCO dias, a coisa ficou tão feia que ânsia de vômito era companheira de passeio. E, aí, deixou de ser divertido.
Não quer dizer que com todo mundo é assim. E nem vá pensando que tudo é culpa da pimenta. Os mexicanos são durões e a comida deles reflete isso! Então, você não é à prova de bala só porque come feijoada em pé sujo. Seu estômago não viu nada. Nada. Até eles que são durões sofrem. Lá, ter hemorroidas faz parte da rotina! :)
Desesperada, apelei para um 7 Eleven para tomar café da manhã. E até o misto quente tem jalapeño (ou ralacheca, como diria a Tati. Rs). Fue-da!
Foi aí que tomei uma atitude típica de gente desesperada e apelei para uma coisa de que até Deus duvida: comi no McDonalds!
Melhor assim. Voltei de viagem em paz, sem incomodar o vizinho de poltrona ou cogitar fazer o percurso com fralda geriátrica.
Os garçons me conhecem. Sabem em que parte do restaurante me sento. Sabem de memória o que bebo (mojito, ontem, hoje e sempre!). E não se esquecem de que gosto mesmo de atacar o bufê (para isso, já têm preparado aqueles potinhos brancos para que eu coloque meu cativo sour cream e o guacamole imperdível). Se não for dia de coma-até-explodir (a la Dona Redonda, de Saramandaia), também se recordam do prato que costumo pedir. Enfim, atitudes típicas de uma viciada previsível.
Imaginem só a minha empolgação a chegar ao México, lar dos meus pratos favoritos! A chance de experimentar in loco todas as maravilhas que tão bem fazem ao meu estômago! É claro que não perdi tempo.
Rolou o de sempre, como quesadilla, frijoles, tacos, guacamole, mas também teve novidade, como a pepitoria (doce que parece uma hóstia em forma de leque colorido com sementes e creme. Eu sei. Parece um horror. E é. Rs).
Algumas coisas eram estranhas demais ou fedidas em excesso e preferi manter meu imaginário intocado sobre a delícia que é a culinária mexicana (melhor do que provar alguma bizarrice e decidir que só gosto da versão brasileira do México).
(Não provei! #medo)
E devo admitir que, via de regra, o que coloquei pra dentro estava muito bom! Como esquecer o feijãozinho do restaurante do Museu de Antropologia? Ou a quesadilla do W Hotel? Hummmm!
O problema é que tudo tem um preço. E, nesse caso, o preço foi alto.
Quem tem nojo ou dificuldade de enfrentar descrições escatológicas, pare por aqui. A coisa vai ficar feia.
Com UM dia, era um tal de comida rodando na barriga, fazendo dancinhas estapafúrdias, ganhando vida própria! E eu lá, tendo que manter a pose de que era vivida em termos de comida mexicana. Toma! Com CINCO dias, a coisa ficou tão feia que ânsia de vômito era companheira de passeio. E, aí, deixou de ser divertido.
Não quer dizer que com todo mundo é assim. E nem vá pensando que tudo é culpa da pimenta. Os mexicanos são durões e a comida deles reflete isso! Então, você não é à prova de bala só porque come feijoada em pé sujo. Seu estômago não viu nada. Nada. Até eles que são durões sofrem. Lá, ter hemorroidas faz parte da rotina! :)
Desesperada, apelei para um 7 Eleven para tomar café da manhã. E até o misto quente tem jalapeño (ou ralacheca, como diria a Tati. Rs). Fue-da!
Foi aí que tomei uma atitude típica de gente desesperada e apelei para uma coisa de que até Deus duvida: comi no McDonalds!
Melhor assim. Voltei de viagem em paz, sem incomodar o vizinho de poltrona ou cogitar fazer o percurso com fralda geriátrica.
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